Primeiro sistema de transporte de massa por cabos do país está paralisado

O teleférico do Alemão, na Zona Norte do Rio, está parado desde setembro de 2016 e não há previsão para voltar a funcionar. Enquanto isso, os moradores têm de percorrer o Complexo de 13 comunidades a pé.

Na Estação do Morro do Adeus, a agência bancária, que empregava moradores do Complexo, fechou. As aulas de balé e capoeira para crianças foram suspensas. Segundo os moradores, a paralisação prejudicou principalmente os estudantes, que usavam o transporte para ir à escola. A estação Itararé, por exemplo, fazia a integração com o conjunto habitacional da Poesi, na Estrada do Itararé, onde fica o Colégio Estadual Jornalista Tim Lopes.

Segundo a Secretaria Estadual de Transportes, o serviço do Complexo do Alemão foi interrompido quando foi identificada, durante a manutenção diária, a evolução atípica do desgaste de um dos cabos de tração, sendo necessária a paralisação preventiva do sistema, obedecendo às normas internacionais de segurança. Ainda de acordo com a Secretaria, “a retomada do serviço depende da troca do cabo, que foi fabricado sob medida na Áustria”. O órgão informou também que o equipamento está pronto e virá para o Brasil tão logo o estado tenha os recursos necessários para o teleférico voltar a funcionar.

Inaugurado em 2011 como símbolo da mobilidade urbana moderna e integração social, o primeiro sistema de transporte de massa por cabos no país, tinha 3,5 km de extensão e 152 gôndolas com capacidade para oito passageiros cada uma. Na época, eram realizados 9 mil embarques por dia. A viagem da primeira estação (Bonsucesso), que era integrada à rede ferroviária, até a última (Palmeiras) levava 16 minutos. A obra foi executada com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pelo governo do estado e custou R$ 253 milhões.

O sistema foi operado inicialmente pela SuperVia, sem licitação. Em março de 2016 a gestão passou para a Rio Teleféricos, concessionária formada pelas empresas Hannover Administradora de Bens Próprios Ltda e Providência Teleféricos Ltda.

Teleférico do Morro da Providência está parado

O teleférico da Providência, no Morro da Providência, no Centro, inaugurado em julho de 2014, fazia parte do programa de reurbanização Morar Carioca, da prefeitura do Rio, custou R$ 75 milhões e atendia cerca de cinco mil moradores.

A Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), que administrava o serviço, informou que o contrato de operação venceu em dezembro de 2016 e o novo termo já está pronto, aguardando orçamento para liberação do edital. Enquanto isso, a Estação Américo Brum, no alto do morro, fechou e virou base de observação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), devido à localização privilegiada.

O sistema liga a Praça Américo Brum à Central do Brasil e à Cidade do Samba, na Gamboa, em apenas 5 minutos. Sem o serviço, os moradores têm de caminhar de 15 a 20 minutos até a Central.

Foto: Fotos Públicas/ Bruno Itan

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