Rede integrada de transporte sobre trilhos reduz tempo de deslocamento

Em grandes cidades, como o Rio, os transportes de massa mais rápidos e menos poluentes são os trens e o Metrô. Os usuários desses modais conseguem fugir dos congestionamentos, diminuir o tempo e o estresse das viagens, ao mesmo tempo em que trafegam em veículos que poluem menos o ar.

De acordo com o Plano Diretor de Transporte Urbano da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (PDTU) de 2014, o maior número de viagens diárias dentro da Região Metropolitana do Rio de Janeira se dá no município do Rio, onde se concentram os postos de trabalho e os serviços em geral. São cerca de 14 milhões de deslocamentos em transportes de massa e privados por dia, com tempo médio de 90 a 120 minutos, em um perímetro de 13 até 40 quilômetros.

O professor da Escola Politécnica da UFRJ, Giovani Manso Ávila explica que a utilização da rede de trilhos urbanos desafoga o trânsito nos horários de pico e reduz as longas viagens. “O sistema utiliza vias segregadas e, por isso, consegue desenvolver velocidades constantes e manter o intervalo entre as composições, que têm ainda um espaço maior para transportar as pessoas”, comenta o engenheiro de Transportes. Ávila acrescenta que os trens do metrô têm capacidade para levar de uma só vez mil ou até dois mil passageiros, enquanto os ônibus comuns, que compartilham o tráfego com outros modais, carregam de 80 a 180 pessoas.

Descentralização desafoga trânsito

Para o professor Giovani, é possível reduzir ainda mais o tempo de viagem, aliando a ampliação da infraestrutura dos modais à criação de vagas de trabalho e ofertas de serviços nos municípios periféricos. “Um sistema eficiente e integrado, norteado pelo aumento de empregos e pela abertura de escolas, hospitais e comércio nas zonas de tráfego da Região Metropolitana evitaria o deslocamento em massa para o Rio”, detalha o engenheiro.

Ávila destaca que as ações devem atender aos planos diretores e de mobilidade urbana das cidades. “A solução passa pela descentralização e especialização de acordo com as vocações regionais. Isso significa a criação de condições de oferta de serviços em cada região, integrados à mobilidade”, argumenta o professor.

Nos deslocamentos dentro do município do Rio de Janeiro, o engenheiro sugere a melhoria do atendimento das linhas para a demanda e a integração com outros modais, como VLT e barcas, e que os ônibus continuem a trafegar em corredores prioritários ou exclusivos. “Essas medidas diminuiriam os tempos de deslocamento”, ressalta Ávila.

Segundo o professor, a rede de transporte público integrada, com serviços de qualidade, atrairia o usuário do automóvel. Ao optar por deixar o carro em casa, toda a rede seria beneficiada com a pela fluidez do tráfego.

Foto: Clarice Castro/ Fotos Públicas.

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