Parlamentares fazem inspeção em estações de trem e de metrô

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Transportes da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) fez uma vistoria na manhã desta segunda-feira (14/05) no Ramal Belford Roxo da Supervia entre a Central do Brasil e a estação de Coelho da Rocha, e a Linha 2 do Metrô Rio na Estação Cidade Nova. O grupo não aprovou as condições de segurança encontradas nos trens da Supervia.

O deputado Gilberto Palmares (PT) mediu na Central do Brasil uma distância de 30 centímetros entre o trem e a plataforma, com 25 centímetros de altura. Esse desnível, na estação de Coelho da Rocha, provocou a morte, no ano passado, de Joana Gouveia, de 19 anos, que caiu nesse vão.

Eliomar Coelho (PSOL) se surpreendeu ao ver a estação Coelho da Rocha toda pintada e consertada. “Isso aqui está parecendo com quartel. Quando anunciam que o comandante da região vai fazer uma visita os soldados passam uma semana fazendo reforma para estar tudo bonitinho. Estamos notando esse tipo de maquiagem aqui”, ironizou o presidente da CPI.

O parlamentar disse que ficou preocupado com as repostas que recebeu dos representantes da SuperVia sobre a necessidade de modificar itens de segurança. Ele questionou, por exemplo, a inexistência de um dispositivo no qual os condutores, antes de dar a partida no trem, possam ver se todos entraram no vagão. “Só disseram que é desse jeito porque há uma norma. Perguntamos também por que há uma diferença de uma plataforma para outra e a resposta foi a mesma”, comentou.

Eliomar disse ainda que pretende conversar com representantes das Câmaras Técnicas de Engenharia do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ)  sobre o assunto. “As normas não podem ser inflexíveis. Se não existe o item, tem de fazer a adaptação e colocar”. Outra medida é verificar que tipo de intervenção é possível fazer em órgãos que aprovam projetos. “Temos que analisar a situação e nos debruçar em soluções que sejam viáveis, para eliminar os problemas e evitar as mortes”, disse Eliomar.

O gerente da Câmara de Transportes e Rodovias da Agetransp, José Luiz Lopes Teixeira Filho, disse que a quantidade de acidentes não é exagerada, mas que qualquer acidente com mortes é grave, e não se pode negligenciar. Segundo ele, a agência determinou que a concessionária monitore diariamente a plataforma para que o afastamento entre o trem e a estação seja o menor possível.

Depois da SuperVia, a CPI visitou o local de manobra dos trens do Metrô, na Cidade Nova, onde a condutora Elisangela Gomes Lima morreu em 2014. Ela passava de uma ponta para outra do trem quando foi atropelada. Segundo o deputado Gilberto Palmares, duas situações que podem estar na raiz do acidente foram resolvidas. Uma delas, o tipo de composição que ela estava. A composição não possibilitava que ela passasse por dentro do trem, e por isso ela teve que descer e acabou sendo atropelada. E o outro problema é que não havia uma plataforma do lado de fora que cobrisse toda a extensão do trem. Hoje esse dispositivo já existe.

Foto: Rafael Wallace/ Alerj.

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