Mudança de numeração e trajeto das linhas deixam passageiros confusos

As “linhas mutantes”, que chegam ao ponto final com uma numeração e saem com outra são um problema para os usuários. No caso do 390 e do 380, ambos com o trajeto Curicica-Candelária, a mudança não faz diferença para quem vai de uma ponta a outra, mas muda tudo para quem desce no meio do caminho. O primeiro vai pela Estrada Grajaú-Jacarepaguá, enquanto o segundo segue pela Avenida Brasil e pela Linha Amarela.

Segundo levantamento feito pelo jornal Extra, a maioria dessas linhas funciona de forma precária, com poucos horários e poucos veículos. O fiscal disse ao jornal que a 380 tinha só três carros, apesar de uma planilha da Prefeitura apontar que deveriam ser 24. Isso confirma outra pesquisa do Extra de que mais da metade das linhas do Rio roda com menos ônibus do exige o contrato assinado pelos consórcios com a Prefeitura.

Outras linhas “mutantes” são a 218 (V. Isabel-Candelária), que também circula como 222 (V. Isabel-Pça Mauá), a 440 (Caju-Copacabana), que vira 463 (São Cristóvão-Copacabana) e a 226 (Grajaú-Carioca), que pode virar 608 (Grajaú-Saens Peña).

A linha 440 (Caju-Copacabana) é outra mutante. Rodoviários e passageiros contam que esse ônibus só roda pela manhã. Depois, vira 463 (São Cristóvão-Copacabana). A linha, do consórcio Intersul, deveria ter cinco coletivos circulando todo dia, segundo informações do site “Transparência da Mobilidade”, da Secretaria municipal de Transportes. No dia a dia, porém, passageiros precisaram a se contentar com uma só viagem: a de ida para o trabalho.

O caso da 181 (Rodoviária-São Conrado) é mais complicado. Um fiscal disse ao jornal que a linha acabou, outro que só faz uma viagem pela manhã. Tem quem diga que, no restante do dia, ela muda o itinerário. Uma placa no terminal Padre Henrique Otte, perto da Novo Rio, informa a existência da linha, mas nesse desencontro de informações, quem fica perdido é o passageiro.

SMTR diz que contrato prevê mudanças

“A Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) informou que o contrato prevê às empresas a gestão da frota, o que inclui a mudança das linhas realizadas por diferentes veículos (um ônibus não é ‘preso’ a determinada linha, podendo haver variação de linha no mesmo veículo), desde que não deixe a população desatendida por determinado itinerário. O que é passível de punição, neste contexto, é se constatado inoperância de linhas ou circulação com frota abaixo do determinado. Sobre o GPS, o operador precisa atualizar o equipamento, caso o ônibus em questão passe a cumprir outra linha/itinerário.”

Consórcios justificam mudanças

O Consórcio Intersul informou, por nota, que “a linha 440 (Caju—Copacabana) opera em horários pré-determinados conforme autorização da SMTR. Com relação à linha 226 (Grajaú—Carioca), o itinerário tem sua operação mantida. Ambas as empresas desconhecem a troca de itinerário depois de iniciada a viagem. Caso isso ocorra, o GPS do coletivo registra a ocorrência e o motorista pode ser punido administrativamente caso seja comprovado o desvio de rota. Quanto às linhas 181 (Rodoviária—São Conrado) e 218 (Vila Isabel—Candelária) estas são linhas que têm a operação impactada por conta da crise econômica enfrentada pelo setor. O sindicato e a Secretaria Municipal de Transportes estão trabalhando para que a situação seja regularizada o mais brevemente possível.”

O Consórcio Transcarioca, em nota, também disse desconhecer a troca de itinerário das linhas 380 e 390 e explicou que o motorista pode ser advertido caso adote um trajeto diferente do estabelecido.

 

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