Moradores de Campo Grande reclamam da situação precária dos ônibus

A interrupção do serviço do BRT entre as estações Cesarão 1 e Campo Grande agravou os problemas de deslocamento enfrentados pelos moradores de Campo Grande.  Desde maio, 22 estações do eixo foram fechadas. Os passageiros reclamam de intervalos irregulares,  falta de manutenção e de climatização dos coletivos, além da redução da frota à noite.

O administrador Fernando Gonçalves da Silva mora no bairro e trabalha no Centro. Para chegar no horário, ele precisa pegar três conduções. Segundo ele, o serviço das linhas 822 (Campo Grande-Corcundinha, via Vila Nova) e 821 (Campo Grande-Corcundinha, via Estrada das Capoeiras) é péssimo. “Os ônibus são muito sujos, sem ar-condicionado, demoram a passar, além de rodar com bancos e janelas quebrados”, enumera. Ele disse ainda que os coletivos quebram e não são substituídos. “Os carros enguiçam a toda hora. Os próprios motoristas nos alertam que há poucos ônibus circulando por causa da manutenção precária”, comenta.

Os problemas se repetem nas linhas 841 (Inhoaíba-Campo Grande, via Estrada Rio-São Paulo) e 842 (Paciência-Campo Grande, via Santa Margarida). Para o técnico de TV Alexandre Gomes Maia a situação é alarmante. “As condições de transporte na Zona Oeste são piores do que na Zona Sul. Não deveria ser assim, já que pagamos o mesmo preço de passagem”, queixa-se Alexandre.

Já as linhas 366 e 398, que ligam o bairro ao Centro, passando pela Estrada do Mendanha (366) e Estrada da Posse (398), estão circulando com frota reduzida. A recepcionista Cleide de Oliveira Bastos disse que desistiu de esperar pela condução e optou por fazer outro trajeto para chegar ao trabalho: “Prefiro pegar dois ônibus a ter de ficar horas aguardando no ponto.”

Como a maior parte do itinerário dessas linhas passa pela Avenida Brasil, elas atendem a outros bairros que ficam à margem da via, como Vila Kennedy, Bangu e Realengo, além de chegar mais rápido ao Centro. Para o estudante Matias Andrada dos Santos seria a melhor opção para ir e voltar da faculdade no Centro, entretanto ficou inviável por causa da demora. “Estudo à noite e não posso depender desses ônibus para nada.”

Multas recorrentes

A Secretaria Municipal de Transportes informou que, este ano, autuou o Consórcio Santa Cruz, responsável pela operação do sistema na Zona Oeste, inúmeras vezes. As linhas 841 e 842 receberam quatro multas, por colocar em operação veículos não submetidos à vistoria anual e por má conservação. Já as linhas 821 e 822 foram multadas 19 vezes por má conservação, operar com frota abaixo do determinado e colocar em serviço coletivos sem o selo de vistoria anual. As linhas 366 e 398 já foram autuadas 15 vezes por circular com frota abaixo do determinado no contrato de concessão.

O BRT Rio colocou em ação o plano de contingência, com ônibus urbanos, para atender aos passageiros que usam o serviço no trecho da Av. Cesário de Melo. A linha 5805 (Campo Grande-Santa Cruz) opera em paralelo ao corredor Transoeste, com ônibus saindo de Campo Grande para Santa Cruz, próximo à estação de trem, no ponto do 870.

Foto: BRT/Divulgação

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