Em debate, Paes e Witzel apresentam propostas para o Bilhete Único

No segundo debate do segundo turno das eleições, os candidatos ao governo do Rio, Eduardo Paes (DEM) e Wilson Witzel (PSC), apresentaram suas propostas para a gestão do Bilhete Único Intermunicipal. O encontro foi promovido pela Rede Bandeirantes, na noite desta quinta-feira (18/10).

Witzel disse que a administração da bilhetagem eletrônica não é transparente e fez uma comparação entre o bilhete único do Rio com o de São Paulo e verificou que o do estado do Rio é mais caro. O candidato do PSC lembrou a Operação Cadeia Velha, esquema de propina que tinha a participação de deputados estaduais, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e de empresários ligados à Federação das Empresas de Transportes do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor).  “Nós vamos pegar o RioCard para administrar e fazer uma auditoria completa nessas questões que envolvem pagamento. A expectativa é melhorar o valor do bilhete único, tempo de utilização e fazer com que mais pessoas sejam beneficiadas. Acabando com corrupção teremos dinheiro de sobra”, comentou o ex-juiz Federal.

Já Paes propôs aumentar a capacidade do Bilhete Único para três embarques e três horas e prometeu que vai tentar administrar a bilhetagem eletrônica sem subsídios. “Criei o Bilhete Único Carioca sem dar nenhum subsídio para as empresas. Na Prefeitura do Rio de Janeiro não tinha essa história de botar dinheiro no cofre de empresário de ônibus. A gente vai fazer uma licitação assim no estado, tentar encontrar um ponto de equilíbrio, que permita que a tarifa possa ser boa sem subsídio – se ficar muito caro a gente pode praticar algum subsídio”.

Propostas do primeiro debate

No primeiro debate do segundo turno, com os candidatos, ambos disseram que têm intenção de aumentar a malha ferroviária no estado.

Eduardo Paes disse que aplicará recursos nas ferrovias, para transformá-las em linhas de metrô e, pela primeira vez, afirmou que tentaria implantar o Bilhete Único sem subsídios. Paes disse que investirá também em novas linhas do BRT, que, segundo ele, ao contrário do metrô, necessita de menos verbas para a construção. “É um transporte de média complexidade, que transporta muita gente”, argumentou o candidato do DEM.

A proposta do ex-juiz federal é implantar o metrô de superfície. “Faremos contratos de longo prazo, de 70 anos, 35 anos, blindados pelo Judiciário, que é música para os ouvidos dos investidores. Vamos trazer quase mil quilômetros de ‘Rio nos Trilhos’. Itaboraí, Niterói e são Gonçalo receberão o metrô de superfície nesse novo modelo de atração de investimentos”, afirmou Witzel.

Ampliação do metrô é a melhor opção para mobilidade

Na opinião da engenheira de Transportes, Eva Vider, o metrô é a melhor opção para o deslocamento da população da Região Metropolitana.  “A implantação da Linha 4, com o traçado original via Botafogo, Humaitá, Gávea, e  já prolongando em subterrâneo até o Recreio, além da Linha 3, no trecho São Gonçalo- Niterói  são projetos de infraestrutura fundamentais para a mobilidade no Rio”, detalha a professora da Escola Politécnica da UFRJ.

Para Eva Vider, o investimento no sistema aquaviário, pouco explorado, também é essencial para o deslocamento da população. “É necessária a reforma das estações das barcas, aumento de oferta de horários, mais embarcações e implantação de ligações na Baía de Guanabara, entre os municípios por ela banhados”, explica a engenheira.

A professora da Escola Politécnica da UFRJ destaca ainda o investimento no transporte aquaviário e nos trens. Já no transporte por ônibus as mudanças que devem ser implementadas, segundo a engenheira, são a climatização da frota, integração tarifária completa, maior oferta de horários, inclusive noturnos, fiscalização do serviço e multa.

Foto: Reprodução Band

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