Esquema liderado pelo prefeito de Niterói desviou R$10,9 mi

O esquema denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), baseado na delação premiada do ex-dirigente da Fetranspor Marcelo Traça, aponta vários municípios do Rio com esquemas semelhantes. Ao todo, pelo menos R$ 10,9 milhões foram desviados e pagos em propina. Foram cumpridos quatro mandados de prisão e 20 de busca e apreensão.

Segundo a promotora de Justiça, Talita Harduin, em Niterói, o processo era o mais evidente, inclusive com troca de mensagens de WhatsApp com o próprio prefeito. Para o MPRJ, o pagamento da propina causou impacto no equilíbrio econômico-financeiro da tarifa de ônibus municipal de Niterói, hoje no valor R$ 3,90.

De acordo com a denúncia, o prefeito Rodrigo Neves e o ex-secretário municipal de Obras e Infraestrutura e ex-conselheiro da Nittrans, Domício Mascarenhas de Andrade, integravam o núcleo político da organização criminosa que cobrava 20% sobre os valores pagos pelo Poder Público a título de reembolso de gratuidade de passagens, previsto para alunos da rede pública, pessoas idosas e portadores de deficiência.

A denúncia, segundo o MPRJ, também indica que a administração municipal controlava a liberação dos recursos pagos aos consórcios pela gratuidade como forma de pressionar as empresas a repassarem os valores. Em troca, a Prefeitura apoiava projetos de interesse do setor e incrementava as atividades de combate ao transporte clandestino.

Foram denunciados também João Carlos Felix Teixeira, presidente é sócio do consórcio Transoceânico, e João dos Anjos Silva Soares, presidente do consórcio Transnit.

Foto: Tânia Rêgo/ Ag Brasil

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