Em guerra do tráfico 7 ônibus são incendiados em Costa Barros

Uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas, na noite desta quinta-feira (03/10) em Costa Barros, durante conflito entre traficantes dos complexos do Chapadão e da Pedreira. Dentre as vítimas estão um soldado do Exército e um jovem de 18 anos. A Polícia Militar intensificou o policiamento no Complexo da Pedreira e, também, nas adjacências. Equipes do 41º BPM e do Bope atuam na região. Segundo o Centro de Operações Rio, a Av. Pastor Martin Luther King Jr. segue com bloqueios parciais na altura da Estrada Rio D´ouro.

Por causa do confronto, sete ônibus foram incendiados, a circulação dos trens do Metrô e da Supervia foi interrompida. Os ônibus são das linhas 688 (Pavuna-Méier), 920 (Pavuna-Bonsucesso) e 778 (Cascadura-Pavuna). Haveria também dois caminhões incendiados.

Foram queimados três ônibus da Transportes Flores (729L – Parque São Vicente x Méier/ 720L – Novo Rio x Madureira/ 734L – Vila Norma x Cascadura); dois da Gire Transportes (920 – Pavuna x Bonsucesso); um da Viação Pavunense (688 – Pavuna x Méier) e um da Viação Vila Real (778 – Cascadura x Pavuna).

A Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor) repudiou o ataque:

“Com estes casos, sobe para 206 o número de ônibus incendiados no Estado do Rio desde 2016, dos quais apenas sete veículos foram recuperados e retornaram à operação. Do total, mais de 40% eram climatizados. O custo de reposição se aproxima de R$ 90 milhões, recursos que poderiam estar sendo investidos na melhoria do transporte público com a renovação da frota. A capital é a cidade mais atingida por esse tipo de ação criminosa. Foram 102 casos desde 2016, sendo 15 somente em 2019.

A população é a maior prejudicada com a redução da oferta de transportes. Um ônibus incendiado deixa de transportar cerca de 70 mil passageiros em seis meses, tempo necessário para a reposição de um veículo no sistema. Se somarmos a frota incendiada desde 2016 (207), potencialmente, deixam de ser transportados cerca de 14,5 milhões de passageiros nesses veículos”, diz a nota da Federação.

O Sindicato das Empresas de Ônibus (Rio Ônibus) também divulgou uma nota sobre os veículos queimados:

“O Rio Ônibus repudia com veemência os atos de vandalismo ocorridos contra quatro ônibus, sendo dois da linha 920 (Pavuna – Bonsucesso) e os demais das linhas 688 (Pavuna – Méier) e 778 (Cascadura – Pavuna), na noite de quinta feira, em Costa Barros.

Os coletivos incendiados por criminosos foram destruídos pelas chamas e não voltarão a operar, impactando o serviço prestado à população. Vale ressaltar que não há seguro indenizatório para esse tipo de ocorrência.

A falta de segurança pública é especialmente cruel com o transporte público por ônibus. A frota vem sendo atacada constantemente em diferentes bairros da cidade, prejudicando a saúde financeira do sistema e principalmente a prestação adequada do serviço à população, além de pôr em risco a vida de rodoviários e passageiros” .

Metrô e Supervia

De acordo com o MetrôRio, a estação foi fechada por cerca de cinco minutos às 18h40 e voltou a ser fechada às 19h25 por causa da troca de tiros. Passageiros se jogaram no chão da estação Engenheiro Rubens Paiva, para se proteger dos tiros. Com o segundo fechamento, a operação está sendo feita entre Pavuna e Botafogo. Às 20h33, o acesso A da estação foi reaberto, mas o acesso B continua fechado. Passageiros se jogaram no chão da estação Engenheiro Rubens Paiva, para se proteger dos tiros.

Já a SuperVia informou que “em função de um tiroteio nas proximidades da estação Costa Barros, a circulação do ramal Belford Roxo será da Central até o Mercadão de Madureira e de Belford Roxo até a Pavuna/São João de Meriti”.

Nas redes sociais, um vídeo mostra pessoas correndo para se abrigar dentro da 39ª DP (Pavuna), que fica na Rua Mercúrio, a cerca de um quilômetro do Complexo da Pedreira.

Possíveis causas da invasão

 A Polícia Civil investiga se uma traição está por trás da invasão. Criminosos do Morro da Quitanda, que faz parte da Pedreira, teriam apoiado a invasão dos traficantes do Chapadão. Eles estariam insatisfeitos com o chefe do tráfico da Pedreira, Emerson Brasil da Silva, o Raro, preso em setembro.

Foto: Reprodução redes sociais

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