Transporte urbano do Rio faz mais do que pode

Editorial

O sistema de transporte do Rio requer soluções urgentes e viáveis economicamente. Com a queda média de 20% no número de passageiros, principalmente por causa do desemprego, é preciso rever a demanda para reestruturar a rede e, consequentemente, melhorar o serviço.

Para escolher o modal que se ajuste às necessidades dos usuários é preciso avaliar o custo, a velocidade de implantação e a capacidade de transporte. Por suas características singulares, o BRT (Bus Rapid Transit) pode ter um importante papel na otimização da malha de transportes. Segundo dados do Guia da Mobilidade e Desenvolvimento Inteligente, com investimentos de R$ 5 bilhões é possível construir 200 quilômetros de BRT, incluindo infraestrutura e equipamentos, em um prazo médio de dois anos. Já os gastos com o modelo ferroviário são mais altos. Com os mesmos recursos, podem ser construídos 10 quilômetros de linha de metrô, em 10 anos. Tanto o BRT quanto o metrô trafegam em faixas segregadas, que diminuem o tempo de percurso das linhas, funcionam com centro de controle operacional e pagamento antecipado, o que agiliza o embarque. São capilares que se integram perfeitamente ao sistema de ônibus urbano.

Alternativas viáveis

O BRT, principalmente o corredor Transoeste, sofre com o vandalismo na frota e nas estações, calotes e falta de manutenção das pistas, que tiram os ônibus articulados de circulação. E o BRT Transbrasil, que desafogaria o tráfego na Avenida Brasil, não foi concluído. As obras tiveram várias interrupções. O sistema está sob intervenção da Prefeitura do Rio, que se comprometeu a apresentar um diagnóstico em 180 dias e estabelecer um plano de ação para melhorar a gestão do BRT. Recuperar a parte física e o equilíbrio econômico-financeiro do sistema é a solução urgente para melhorar a qualidade dos transportes.

A manutenção das pistas, da frota e das estações se faz com investimentos. A retomada do equilíbrio econômico-financeiro se obtém com regras claras determinadas em contrato de concessão, com direitos e deveres para negociação do reajuste tarifário e fiscalização da prestação do serviço. O aumento das tarifas dos trens, barcas e metrô, por exemplo, está previsto em contratos, que são cumpridos à risca. Já o dos ônibus, não.

O BRS (Bus Rapid Service), lançado em 2011, é uma das opções mais eficazes e baratas para desafogar os corredores viários da cidade. De acordo com a CET-Rio, nos locais onde os corredores exclusivos para ônibus foram implantados, o tempo de percurso dos coletivos caiu, em média, 24% e o ordenamento do trânsito e a mobilidade melhoraram.

Na visão de alguns especialistas, há soluções alternativas que poderiam ser viáveis em algum momento futuro, dependendo de estudos técnicos ainda não realizados. O uso do transporte aquaviário nos 11 municípios banhados pela Baía de Guanabara poderia ser uma opção de aderência ao mosaico de modais do estado. Mas ainda não foram verificadas demanda e viabilidade de operação para o incremento desse modal. No momento, a prioridade é mitigar problemas maiores do sistema de transportes interligados do Rio de Janeiro.

Critérios técnicos

Na realidade, é preciso utilizar o modelo de planilha já existente, que reflita as necessidades do setor. Essa contabilidade deve registrar todos os gastos, investimentos e lucro das empresas. Hoje, as passagens de ônibus pesam no bolso da população, que é afetada pela crise econômica do estado, mas estão abaixo do valor mínimo para o funcionamento do sistema. Os critérios para a fixação dos valores têm de ser técnicos. Só a partir desses cálculos será possível obter um aumento das tarifas sem a queda da qualidade do serviço.

Ônibus, metrô, trem e BRT são os principais vetores para o funcionamento de um organismo chamado cidade. Sem investimentos bem planejados e uma política que contemple a melhoria da malha já existente, através de medidas pontuais e corretivas, que atendam a um sistema dinâmico, o organismo simplesmente não funciona. E a cidade morre.

Denise Almeida, editora do Estação Rio

3 thoughts on “Transporte urbano do Rio faz mais do que pode

  • 17 de março de 2019 em 04:54
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    O BRT só anda cheio ,o ar condicionado não suporta a quantidade de pessoas dentro do BRT fazendo com que as pessoas passem mal de calor pois as janelas são inteiras e não dá para abrir

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  • 20 de março de 2019 em 05:34
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    Isso é uma piada , realmente faz mais do que pode mesmo o motorista dirige e cobra ao mesmo tempo, ônibus sem condições de uso sem ar condicionado pneus carecas ,ônibus que demoram de intervalo grande entre uma composição e outra fora a insegurança aumento as passagens e não querem dar aumento
    para classe e sempre dizem que está crise perca de passageiro mas nunvlca falam o quanto lucraram engraçado o sistema de transporte de ônibus urbano deve ser bonito só no papel pois a realidade é totalmente diferente,porque não autorizam a volta dos cobradores pois dariam mais empregos e faria que a renda circula – se mais não estão nem aí não andam de ônibus mesmo pergunta se rico no Brasil usa transporte público eles vão rir pois vão acha que e uma piada

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  • 2 de agosto de 2019 em 16:48
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    😀Olá,Equipe Estação Rio,Boa Tarde.
    A Minha Cidade Rio de Janeiro-RJ Não Morre e Isto Sim a Estar Viva.E
    Eu Quero Pedir Online Pra Todos Vocês Para Eu Poder Permanecer a Cidade Rio de Janeiro-RJ Viva,Continuada,Sã e Salva Pro Todo o Povo.Obrigada e Boa Tarde Pra Todos Vocês.☺

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