BRT: Mobi Rio não entrega documentação solicitada pelo Sindicato
Não houve acordo entre a direção do Sindicato dos Rodoviários e a empresa Mobi Rio em relação à apuração das irregularidades cometidas pela empresa aos motoristas que atuam no BRT, realizada no último dia 22 de novembro. Uma nova videoconferência foi marcada para o próximo dia 5, com a promessa de a empresa encaminhar os documentos solicitados pelo sindicato, provando que ela não age de má fé com os trabalhadores.
“Estamos em um impasse muito grande e difícil em relação a apuração das denúncias feitas pela categoria de irregularidades e abusos cometidos pela Mobi Rio sobre excesso de jornada, assédio moral, constrangimento ilegal e abuso de poder. Que fique claro que o sindicato não irá tolerar nenhuma situação que caracterize trabalho escravo ou exploração dos profissionais que atuam em uma empresa considerada modelo na área do transporte urbano”, disse o presidente do Sindicato dos Rodoviários Sebastião José.
Sebastião explicou que na última reunião a Mobi Rio alegou não poder enviar a documentação, baseada na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Porém, segundo o presidente, essa lei abre uma exceção para o sindicato por ser o órgão fiscalizador da categoria, pois não há condição de apurar possíveis irregularidades sem ter acesso a documentação.
“Na verdade essa alegação é improcedente, já que solicitamos apenas guias ministeriais e dados operacionais por amostragem, e não dados completos da empresa. Esse comportamento comprova as irregularidades denunciadas pelos profissionais da categoria. É provável que na próxima reunião, não havendo nenhum avanço nas negociações, não restará ao sindicato outra saída que não seja a convocação de uma assembleia da qual não podemos saber o que pode ser decidido, já que a insatisfação da categoria é muito grande e, por isso, não está descartada uma paralisação no final do ano, o que seria muito ruim para os usuários e para o BRT, que vem dando certo e tem o apoio da população”, explicou.
O presidente afirmou que não adianta ter uma empresa modelo que ajudou na reeleição do prefeito, se ela mantém uma relação com seus empregados pior do que quando os operadores eram da iniciativa privada.
“Esperamos que o prefeito tome alguma providência para que não haja a necessidade do sindicato esticar a corda, convocando uma paralisação que infelizmente prejudicaria os milhares de usuários”, concluiu.
Foto: divulgação.