Autopass compra Jaé antes do início da operação do cartão

A implantação da operação exclusiva do Jaé foi adiada mais uma vez por dois motivos, segundo o prefeito do Rio, Eduardo Paes. O primeiro foi a falta de integração com os transportes de responsabilidade do governo estadual: metrô, trem, barca e ônibus intermunicipal. Com a entrada do Jaé, o cartão RiocardMais, que hoje faz a integração dos transportes municipais e intermunicipais não poderia mais ser usado. Se fosse respeitado o prazo, cerca de 230 mil pessoas que têm o Bilhete Único Interestadual perderiam o benefício.  O segundo fator que contribuiu para o adiamento foi o processo de aquisição do Consórcio responsável pelo cartão Jaé pela Autopass, empresa que opera o cartão TOP na Grande São Paulo. A notícia da compra foi antecipada pelo Relatório Reservado (RR) na última sexta-feira (03/01).

Eduardo Paes contou que recebeu um pedido da Autopass para adiar para julho a operação da bilhetagem exclusiva.  “A empresa é nossa empregada. Se aprovado pela prefeitura, eles passariam a ser os contratados do município. Mas quem manda é a prefeitura. Se a empresa respeitar os requisitos legais, que foram os requisitos exigidos no processo licitatório, autorizaremos a transferência”, disse Paes durante a entrevista coletiva na quarta-feira (08/01).

Autopass participou da licitação do novo cartão da Prefeitura do Rio, ficando na quarta posição, após oferecer um valor de R$ 33 milhões de outorga, enquanto o Consórcio Bilhete Digital, vencedor do certame, ofereceu R$ 110 milhões.

Paes cobra dados do RiocardMais

Na coletiva, Paes acusou a Semove (Federação das Empresas de ônibus do Estado do Rio) gestora do RioCar Mais de falta de transparência. O prefeito declarou que os dados sobre o número de passageiros transportados eram escassos e frequentemente imprecisos, o que dificulta a gestão do sistema e o controle dos subsídios pagos às empresas.

Em resposta, a Riocard Mais informou, por nota, que “sempre apoiou o processo de transição para o novo sistema de bilhetagem da Prefeitura, entendendo a importância de manter o atendimento à população da cidade do Rio. Mesmo ciente de que a mudança não era uma necessidade dos passageiros de transportes municipais, a empresa respeitou a decisão da Secretaria Municipal de Transportes e colaborou integralmente, acatando todas as determinações, inclusive às que não eram favoráveis aos clientes, como a restrição de acesso a serviços importantes”.

A Riocard Mais ainda chamou de “pífio o desempenho da empresa contratada pela Prefeitura, que transporta atualmente apenas 1,7% do total de passageiros dos transportes municipais”.

Foto: Divulgação.

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