Sintronac quer unir rodoviários para reduzir violência

Depois da operação da Polícia Civil contra integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP) no Complexo de Israel, na manhã desta terça-feira (10/06), o Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) disse, em nota, que vai se reunir com outros Sindicatos da categoria. O objetivo é estudar medidas de proteção aos motoristas de linhas que rodam no município.

O Sintronac também questiona a ação policial, que deixou quatro feridos, incluindo um passageiro e um condutor, e deu um nó no trânsito. A ação resultou no fechamento da Avenida Brasil e da Linha Vermelha, e afetou a circulação de trens, BRT e de, pelo menos, 50 linhas de coletivos.

Segundo o Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura (COR-Rio), a Avenida Brasil ficou fechada nos dois sentidos, entre a Cidade Alta e Vigário Geral, por cerca de 1h30, sendo liberada por volta das 7h30. Já na Linha Vermelha, os bloqueios seguiram nos dois sentidos até pouco antes das 8h. Por volta das 6h, tiros atingiram a rede aérea dos trens da Supervia, na região de Parada Lucas/Cordovil. Às 14h, a concessionária informou que o ramal Saracuruna opera em todo o trecho.

Eis a íntegra da nota:

“A diretoria do Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) entrará em contato com os sindicatos da categoria, representantes dos trabalhadores na Região Metropolitana do Rio, para a adoção de medidas conjuntas para proteger os profissionais, que atuam nas linhas de ônibus em todos os municípios da área.

“É inadmissível que os rodoviários continuem a ser vítimas de tiroteios no exercício de sua função, como ocorreu na manhã desta terça-feira (10/6) com um motorista de uma empresa da Baixada Fluminense na Linha Vermelha”.

“Quantas vidas inocentes valem uma operação policial? Qual o limite no número de mortos e feridos para que as autoridades públicas cheguem à conclusão de que esse modelo de Segurança Pública, implementado há décadas no Rio de Janeiro, está falido e não atende mais às necessidades dos cidadãos, que se tornaram suas maiores vítimas?”

“Nós, do Sintronac, acreditamos que não há mais como suportar o cenário caótico das principais vias de nossas cidades, por onde passam centenas de linhas de ônibus municipais e intermunicipais, interrompidas pela violência, com os passageiros atirados no chão dos ônibus rezando por suas vidas, conforme a imprensa veicula praticamente todos os dias”.

Acreditamos não ser possível que, com o investimento bilionário nas polícias, pago por nossos impostos, o Estado não tenha como dar uma resposta melhor ao crime organizado, a não ser através de ações inúteis, que, no final, não acabam com as quadrilhas, os assaltos, o tráfico de drogas e o contrabando de armas, mas terminam, invariavelmente, com vidas perdidas, ônibus e veículos incendiados, e a população refém do medo.”, conclui o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.

Foto: Divulgação

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