Rodoviários rejeitam fim do passe livre com implementação do jaé

Cerca de 900 rodoviários que estiveram presentes na assembleia geral realizada na sede do Sindicato dos Rodoviários, no Centro da cidade, recusaram a contraproposta oferecida pelos empresários do setor em relação ao dissídio dos cerca de 20 mil motoristas, mecânicos, fiscais e demais profissionais que fazem parte da categoria e que tem data base em junho. De acordo com o presidente do sindicato, Sebastião José, o setor quer pagar 30 minutos reduzidos do almoço como hora-extra, 6% de reajuste salarial (contra 8% pedidos), auxilio alimentação de R$ 650,00, além de aumento no auxílio alimentação.

“A categoria está irredutível e quer manter a proposta inicial de 15% de aumento salarial, cesta básica no valor de R$ 800,00, tíquete de refeição diário R$ 25,00, indenização do intervalo de almoço como hora extra e passe livre nos ônibus pelos profissionais”, disse.

 Passe livre nos ônibus para a categoria é ponto inegociável

Para Sebastião, um acordo firmado há mais de 50 anos entre o Sindicato dos Rodoviários e os empresários de ônibus, dá direito aos trabalhadores do setor de viajarem nos ônibus do Rio sem a necessidade de pagar a passagem; mas para a surpresa da categoria, as empresas de transporte coletivo na cidade estão comunicando a seus funcionários que após a implementação total do sistema de bilhetagem Jaé, eles terão 6% descontado de seus contracheques para custear o deslocamento até o trabalho, como acontece com profissionais de outras áreas.

“Essa questão da mudança da bilhetagem é de responsabilidade da prefeitura com os empresários, e os trabalhadores não podem ser penalizados com esse possível desconto. Vale lembrar que a gratuidade é uma cláusula da nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e iremos defender que ela seja mantida, já que é um direito que temos faz muito tempo. Isso é inegociável”, garantiu.

O presidente lembra também que a possibilidade do desconto está preocupando os trabalhadores rodoviários, pois 40% da categoria mora na Baixada Fluminense, o que fará com que o gasto que terão para chegar ao trabalho seja enorme caso esse direito seja perdido.

“Essa situação está deixando a categoria temerosa e com medo de perder o emprego, já que o patrão pode alegar que vai ficar mais caro contratar quem mora longe. Que fique claro que quem tem o poder de decisão são os trabalhadores, pois são eles que estão enfrentando a violência que só faz aumentar no transporte público de cerca de 2 milhões de usuários diariamente aqui no Rio de Janeiro; uma paralisação da categoria não está descartada”, explicou.

Foto: Divulgação.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

%d blogueiros gostam disto: