‘Em breve, traficantes irão definir trajeto dos ônibus’, diz Sindicato
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Sebastião José, expressou sua indignação com o ocorrido com a empresa Vigário Geral (VG) que foi obrigada a mudar de endereço pelo tráfico da região após 40 anos de atividade no mesmo local: “A violência imposta por traficantes no setor de transportes no Rio de Janeiro está totalmente sem controle e só faz aumentar. Daqui a pouco para circular pelo Rio, o governador terá que pedir autorização aos traficantes para circular pelas ruas da cidade”.
De acordo com Sebastião José, os trabalhadores do setor não suportam mais conviverem diariamente com ônibus sequestrados para servirem de barricadas nas comunidades que margeiam principalmente a Av. Brasil, incendiados e até tendo seja itinerário alterado para atender ao tráfico, ou seja, o estado perdeu totalmente o controle sobre o território.
“Para pressionar a direção da empresa, os traficantes ameaçavam diariamente os motoristas e funcionários de outros setores da VG. Com isso, eles impediam a entrada e saída dos coletivos na garagem com a colocação de barricadas nas ruas de acesso, prejudicando o atendimento aos usuários. Em consequência disso, a empresa, sem arrecadação, começou a dispensar os trabalhadores sem pagar as verbas rescisórias, obrigando o sindicato entrar com ação na justiça para garantir a indenização e demais direitos desses trabalhadores. Não demora muito o tráfico é quem irá definir por onde os ônibus irão ou não passar. O Rio de Janeiro virou uma piada no quesito segurança pública”, disse indignado.
Sebastião lembra ainda que o trauma psicológico que a violência vem trazendo aos profissionais, fez aumentar o número de pedidos de afastamento dos trabalhadores através do sindicato. Até agora, mais de 310 pedidos feitos a direção do sindicato.
Atendimento psicológico aumenta
O presidente destaca também que o aumento da violência, fez crescer o atendimento psicológico de motoristas e familiares no serviço disponibilizado pelo sindicato. Desde junho do ano passado quando teve início, o sindicato foi obrigado a passar de 1 para 2 dias o número de atendimentos.
“Ficamos surpresos e principalmente preocupados com o aumento no número de consultas. Quando iniciamos o serviço em junho do ano passado, eram atendidas cerca de 15 pessoas por semana; agora esse número passou para cerca de 60 atendimentos semanais e a agenda para marcação de consulta só faz aumentar”, explicou.
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