Rio terá 20 mil câmeras com inteligência artificial até 2028

A Prefeitura anunciou, nesta quinta-feira (10/07), a expansão da Civitas (Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia em Apoio à Segurança Pública). A cidade terá 20 mil câmeras inteligentes até 2028. O projeto de expansão leva em conta critérios técnicos definidos em parceria com as forças de segurança: áreas com alta demanda de reforço policial, manchas criminais e zonas com vulnerabilidade tecnológica.

Além do aumento da cobertura, a cidade contará com “Fronteiras Digitais”, que vão tornar impossível entrar e sair da cidade sem ser detectado. Serão, ao todo, 56 portais de controle urbano mais rigorosos, em áreas estratégicas e nos limites da cidade, que possibilitam identificar automaticamente placas investigadas clonadas, movimentações atípicas de carros e pessoas e movimentação de veículos suspeitos em tempo real. O monitoramento é orientado por padrões e comportamentos, utilizando inteligência artificial para cruzar dados em tempo real.

“Todos os pontos cegos e as vias de grande circulação da cidade terão cobertura. As câmeras contarão com reconhecimento facial, identificação de veículos e outras funcionalidades que tornarão o trabalho da Civitas não apenas de apoio às forças de segurança, mas também de prevenção com uma atuação muito mais efetiva”, ressaltou Paes.

Hoje, são cerca de 5.500 câmeras. O planejamento, dividido em fases, prevê 8.900 equipamentos até o fim deste ano. Até o carnaval de 2026 serão 9.300 em funcionamento. O cronograma da prefeitura prevê ainda que até agosto do ano que vem 11.700 câmeras já estejam instadas. As atuais, que não dispõem da nova tecnologia, deverão ser desativadas gradativamente, a medida que as novas sejam instaladas.

A previsão do prefeito é de que esses avanços tecnológicos no monitoramento das ruas da cidade custem cerca de R$ 180 milhões por ano aos cofres municipais. O investimento, segundo Paes, foi possível a partir de um aditivo de uma parceria público-privada com a Smart Luz.

No centro do novo sistema está a inteligência artificial IRIS. É uma ferramenta nova, desenvolvida pela Prefeitura do Rio, que irá cruzar informações de diferentes bases, detectar atitudes suspeitas, reconhecer rostos, gerar mapas de calor e agilizar investigações complexas em apenas 10 segundos. A IRIS fará conexões e cruzamentos de dados complexos, de forma personalizada, em um clique. O sistema analisa os dados de câmeras inteligentes e entrega os padrões, as semelhanças e as diferenças de cada uma das imagens investigadas.

A IRIS permite antecipar possíveis situações de risco com base em padrões anteriores. Ela possibilita identificar quando e onde um tipo de crime tem mais chance de acontecer, cruzando informações como horário, localização, tipo de ocorrência e comportamento dos envolvidos. É um sistema de análise preditiva que permite definir o reforço de segurança de regiões específicas. Ou seja, em vez de apenas reagir, a cidade passa a agir, pensar e planejar, com base em dados concretos e inteligência artificial.

A IRIS também faz uso de tecnologias como visão computacional e mapas de calor. A visão computacional permite que o sistema “enxergue” mais do que imagens. Reconhece comportamentos suspeitos, identifica rostos, lê placas mesmo com caracteres incompletos e detecta aglomerações ou movimentos incomuns. Já os mapas de calor organizam visualmente os dados coletados, mostrando em tempo real as áreas com maior concentração de ocorrências, pessoas suspeitas ou padrões de risco, funcionando como um radar urbano de atenção.

Por trás dessa tecnologia está a ciência aplicada. Com uma equipe multidisciplinar formada por matemáticos, físicos e geógrafos, a Civitas opera com base em dados de fontes diversas como: Disque Denúncia, Central 1746, Instituto Fogo Cruzado, datalake municipal com dados de 20 secretarias, câmeras inteligentes e redes, para desenvolver um gama de funcionalidades que trabalham a favor da segurança pública.

Civitasem números (julho de 2025):

– 160 mil alertas emitidos em tempo real

– 6,1 milhões de leituras diárias de placas

– Mais de 2 mil inquéritos, casos e apoio a operações

– 20 secretarias com dados no Data Lake

Foto: Divulgação.

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