Assaltos aumentam mesmo após a intervenção militar

Os roubos de veículos e em ônibus em março aumentaram com relação a janeiro deste ano, mês anterior a vinda dos militares para o estado. Segundo dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública, ISP, em janeiro ocorreram 5.286 roubos de veículos e 1.070 assaltos a coletivos, enquanto que em março foram roubados 5.358 carros e 1.389 assaltos a ônibus. São quase 400 casos a mais. A comparação com março de 2017 foi prejudicada por causa de uma greve da Polícia Civil, que causou subnotificação.

A administradora de empresas, Maura de Oliveira Santos, conta que foi assaltada cinco vezes em ônibus de linhas diferentes quando voltada para casa no Méier, depois do trabalho no Centro da Cidade, por volta das 19h30. “É uma experiência traumatizante. Por duas vezes, o frescão em que eu viajava foi assaltado no mesmo local e no mesmo horário. Não era tarde da noite e o ônibus estava relativamente cheio”, relata.

Para coibir esse tipo de crime, o coronel da Polícia Militar, Marco Alexandre de Almeida, comenta que passageiros e motoristas devem registrar as ocorrências nas delegacias para que sejam identificados os locais, as linhas e os horários de maior incidência dos assaltos, dando subsídio para a atuação dos órgãos de segurança. O coronel destaca que as imagens das câmeras instaladas nos coletivos são peças importantes na investigação. “O próximo passo é, usando o serviço de estatística para identificar as manchas criminais, intensificar as operações que alcancem essa modalidade criminosa, a fim de interceptar os coletivos, alvo dos assaltantes”, explica. O coronel observa ainda que essas operações devem ser acompanhadas do serviço de inteligência, para, também, identificar e prender os envolvidos nesse crime, o que cabe à Polícia Civil.

O coronel Almeida diz que seria impossível para muitos mudar os itinerários e horários, evitando as linhas mais perigosas, mas não recomenda que, para proteger seus pertences, os passageiros escondam carteiras e celulares. “Isso levaria ao risco de revista por parte dos assaltantes e de represálias violentas, caso eles encontrem os objetos, comenta

Efetivo está abaixo do mínimo necessário

Para Almeida, a intervenção militar ainda não resolveu o principal problema, para que os índices de criminalidade diminuam, que é a ampliação do efetivo de policiais civis e militares.  “A redução dos assaltos a coletivos e demais crimes está diretamente ligada ao aumento do efetivo de PMs atuando no policiamento ostensivo e, de policiais civis para investigar e instruir os inquéritos criminais”, argumenta. O coronel ressalta que não somente medidas na área de polícia farão cair os índices de criminalidade. “Devem ser envolvidos outros órgãos municipais, estaduais e federais, em uma atuação conjunta, para que possam chegar a índices aceitáveis, propiciando à população a devida sensação de segurança, que é obrigação do estado”, conclui.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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