Falta de combustível afeta o transporte no Rio de Janeiro

No quinto dia de greve dos caminhoneiros só 47% dos coletivos do Rio estão circulando, conforme informou o Rio Ônibus, sindicato das empresas do setor, nesta sexta-feira (25/5). De acordo com a Fetranspor, em todo o estado, apenas 50% da frota estão nas ruas. O gerente de Planejamento e Controle de Operações da Federação Guilherme Wilson disse que, se a frota não for reabastecida, os coletivos não circularão na segunda-feira (28/5).

Os passageiros que utilizam o sistema BRT são os mais afetados. A concessionária responsável pelo serviço informou que 43% dos ônibus estão rodando. Como aconteceu nesta quinta-feira (24/5), 40 estações estão fechadas nos trechos da Avenida Cesário de Melo e entre Madureira e o Galeão.

O Rio amanheceu sem congestionamentos no trânsito. O Centro de Operações Rio (COR), órgão da Prefeitura que monitora a cidade, registrou apenas 28 quilômetros de engarrafamentos. A média para o horário, segundo o COR, é de 61 quilômetros.

Com menos ônibus, a Supervia registrou cinco mil passageiros a mais que o normal, o que representa um crescimento de 2,5%. A concessionária vai interromper a circulação de trens neste final de semana nas extensões Vila Inhomirim e Guapimirim, que são abastecidos com óleo diesel. A partir desta sexta-feira, a grade horária de dias úteis será ajustada, com menos partidas.

Por falta de combustível, o tráfego das barcas na linha Arariboia-Praça Quinze será suspenso neste fim de semana.

No metrô, o funcionamento é normal.

 

Grevistas continuam a bloquear as estradas

Em reunião com os grevistas, nesta quinta-feira, o governador Luiz Fernando Pezão disse que vai reduzir de 16% para 12%, o percentual do ICMS cobrado sobre o diesel. A redução será publicada em decreto no Diário Oficial de segunda-feira. A intenção do governo é de igualar a alíquota ao que é praticado pelo Estado de São Paulo. Segundo Pezão, essa é uma reivindicação antiga da categoria.

Por parte dos caminhoneiros, foi prometido o fim dos piquetes em frente aos centros de distribuição de combustíveis. Entretanto, mesmo depois do acordo, um grupo de caminhoneiros autônomos continua a bloquear a saída dos caminhões-tanque da Reduc, na Rodovia Washington Luís, na altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Acordo com o governo federal

Depois de uma reunião com sete horas de duração, no Palácio do Planalto, com os grevistas, o governo propôs manter a redução de 10% no valor do diesel pelos próximos 30 dias (15 a mais que o anunciado pela Petrobras). Assegurou também a periodicidade mínima de 30 dias para reajuste do preço do combustível na refinaria e o reajuste da tabela de frete a cada três meses. O governo vai pagar R$ 350 milhões a Petrobras, pelo custo de 15 dias de congelamento de preços. A estatal vai arcar com os custos dos outros 15 dias.

A União se comprometeu a zerar a Cide sobre o diesel neste ano, mas não citou a redução a zero do PIS/Cofins e afirmou que vai negociar com os estados a isenção da tarifa de pedágio por eixo quando os caminhões trafegarem vazios. O governo se comprometeu a editar Medida Provisória (MP) autorizando a Confederação Nacional de Abastecimento (Conab) a reservar 30% de sua demanda de frete para cooperativas ou entidades de transportadores autônomos.

O presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, saiu antes da reunião antes do fim, reiterando que os cerca de 700 mil caminhoneiros representados pela entidade não vão deixar as rodovias enquanto o projeto de lei que reduz PIS/Cofins sobre o diesel não for aprovado sancionado. A retirada dos impostos reduziria o preço do óleo diesel em 14%. A União Nacional dos Caminhoneiros também não assinou o acordo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

%d blogueiros gostam disto: