Vandalismo e violência afetam a qualidade dos transportes

Os trens do ramal de Saracuruna circularam nesta segunda-feira (20/08) com atraso, de pelo menos 30 minutos, no trecho entre Gramacho e Central devido a uma falha nos cabos da rede aérea, próximo ao bairro de Parada de Lucas. Esses e outros casos recorrentes de vandalismo e violência afetam diretamente a qualidade do transporte público.

No primeiro semestre de 2018, por exemplo, a Supervia registrou 335 ocorrências de vandalismo que interferiram na operação dos trens. A concessionária precisou atrasar ou interromper a circulação em alguns trechos pelo menos 18 vezes, por segurança, como em casos de tiroteio, entre o mês de janeiro e o início de agosto. No ano passado, no mesmo período, a operação foi suspensa 16 vezes.

Os atos de vandalismo incluem furto de cabos, danos a equipamentos e arremesso de objetos na linha férrea e na rede aérea. Para fazer os reparos, a empresa estima gastar cerca de R$ 10 milhões por ano. Destes, R$ 6 milhões anualmente são gastos só com a substituição de cabos furtados. Nos seis primeiros meses de 2018, foram 122 casos. Mais de 800 portas e para-brisas foram danificados. A estimativa é que até o fim do ano tenham sido gastos cerca de R$ 2 milhões com as trocas dessas peças. Cada vez que o para-brisa é quebrado, a composição fica fora de operação na oficina por dois dias. As estações e os trens também sofrem danos com pichações, janelas arrancadas e arremessadas na linha férrea e quebra de escadas rolantes, elevadores e banheiros.

A situação é igual nos ônibus. Nesta segunda-feira, um ônibus foi incendiado na Linha Amarela, na altura de Bonsucesso, segundo a Polícia Militar, para desviar a atenção de uma operação no Complexo da Maré. Outro coletivo da linha 3221 D (Alcântara-Botafogo), com 38 passageiros, ficou no meio do fogo cruzado e foi atingido por ao menos 14 disparos na Alameda Boaventura, durante uma perseguição policial.

Desde 2016, a Fetranspor registrou 167 ataques a ônibus no estado. Destes, 161 ficaram totalmente destruídos e seis foram parcialmente incendiados. No ano passado, foram 94 casos. Em 2016, foram 44. Neste ano, já foram 29. As cidades com mais ataques são Rio, Duque de Caxias, Magé e Nova Iguaçu.

Foto: Divulgação/Setrans.

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