Polícia desarticula esquema de transporte clandestino em São Gonçalo
A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio (MPRJ), com apoio da Polícia Federal, prenderam nesta segunda-feira (17/12) dez pessoas, na Operação Parasito. A ação desarticulou um esquema de propina para a livre circulação do transporte clandestino feito por vans e mototáxis, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Foram expedidos 12 mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão. Entre os denunciados estão três fiscais do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro).
De acordo com o MPRJ, a quadrilha movimentava de R$ 40 mil a R$ 50 mil por mês em propina. Também há indícios da participação de PMs do 7º BPM (São Gonçalo) no esquema. O grupo era chefiado pelos fiscais José Luiz Damasceno Capilla Júnior, Rafael da Silva, conhecido como Petra, e Douglas da Silva Pereira. Eles eram responsáveis por reprimir o transporte irregular, mas não atuavam quando os veículos ilegais estavam vinculados ao esquema.
Em ligações interceptadas com autorização judicial, os investigadores conseguiram comprovar o crime. Num dos telefonemas, no ano passado, o fiscal Rafael da Silva, o Petra, preso num condomínio em Senador Camará, na Zona Oeste, trata da divisão da propina com outro fiscal também preso nesta segunda-feira, José Luís Damasceno.
O delegado Jaime Cândido da Silva Junior, da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Federal, explicou que além de inúmeras conversas sobre propina, em uma das situações, a equipe da PF conseguiu fazer a prisão em flagrante do fiscal Damasceno e de um motorista, no momento do pagamento da propina semanal. O dinheiro era pago por um dos donos do ponto de vans. Na casa do fiscal Douglas foram apreendidos R$ 3,5 mil e uma lista com placas de veículos liberados para transitar em São Gonçalo. Os envolvidos foram denunciados por organização criminosa, corrupção passiva e corrupção ativa.
O Detro informou que a apuração de denúncias sobre ‘‘o possível envolvimento de integrantes de seu corpo funcional em atos ilícitos é prática adotada pela atual administração, sendo os responsáveis punidos, caso comprovada conduta incompatível com o exercício da função’’.
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