Após Supervia, setor de ônibus alerta para o risco de paralisação
Depois de a Supervia entrar com pedido de recuperação judicial, a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor) alerta para o perigo de paralisação dos ônibus devido à falta de falta de apoio da administração pública.
Em um ano, deixaram de usar o sistema de ônibus, 750 milhões de passageiros, com prejuízos financeiros de R$ 753 milhões, levando 16 empresas à falência. Neste período, o desemprego do setor atingiu mais de 18 mil famílias. De acordo com a nota da Fetranspor as medidas de auxílio ao transporte público devem ser tomadas imediatamente a fim de evitar o agravamento da crise.
Leia a nota oficial:
“A Fetranspor reafirma a sua preocupação com o atendimento à população diante da maior crise que atinge o transporte público no Estado do Rio de Janeiro. A decisão da SuperVia de recorrer ao processo de recuperação judicial expõe e confirma o esgotamento financeiro e a incapacidade operacional de concessionárias e permissionárias de manter o serviço em condições que atendam às expectativas e aos desejos de seus clientes. A medida excepcional demonstra também que, para preservar a prestação de um serviço essencial sem o apoio do poder público, foi necessário solicitar proteção judicial.
Após 14 meses do início da pandemia de Covid-19, as empresas de transporte público estão cada vez mais pressionadas pela redução drástica no número de passageiros pagantes e o aumento dos custos de operação. Neste cenário adverso e incerto, é imprescindível a adoção de medidas urgentes e efetivas pelo poder concedente, que possam permitir a continuidade do serviço e garantir o direito social ao transporte, principalmente aos mais vulneráveis, como prevê a Constituição. A crise se torna ainda mais grave no Estado do Rio pela falta de apoio da administração pública em comparação às ações desenvolvidas para ajudar o transporte público em outros municípios e estados do Brasil.
No caso específico do setor de ônibus, responsável por 74% dos deslocamentos realizados no transporte público, é fundamental que o poder concedente viabilize urgentemente o reequilíbrio econômico-financeiro das empresas, que, além dos efeitos causados pela pandemia de Covid-19, são impactadas também pelo congelamento da tarifa nos últimos dois anos. As medidas de socorro ao transporte público devem ser tomadas imediatamente sob o risco de fechamento de empresas e a suspensão de linhas, como tem sido solicitado, de forma insistente, ao poder público, a fim de evitar uma situação bem mais crítica do que um processo de recuperação judicial.
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