Passageiros reclamam dos intervalos irregulares dos trens

Os usuários dos trens da Supervia enfrentam atrasos todos os dias e se queixam do aumento dos intervalos entre as composições. O período de maior impacto é no pico da manhã, horário com intenso tráfego de trens com destino à Central do Brasil.

Segundo a concessionária, isso acontece devido ao furto de cabos, especialmente de sinalização. Nessa situação, o comando para o maquinista seguir viagem passa a ser feito por rádio pela equipe de controladores que atuam no Centro de Controle Operacional (CCO) da SuperVia e não mais de forma automática. Isso gera irregularidades nos intervalos, pois maquinistas precisam parar o trem e aguardar ordem de circulação, por medida de segurança. Por vezes, viagens são canceladas, e o tempo de espera na plataforma pelos passageiros acaba sendo maior.

Nas redes sociais, as queixas dos passageiros são frequentes: “Deveria tomar vergonha na cara, e diminuir esses intervalos que estão enormes. Sem contar do Ramal Santa Cruz ainda parador, já chega, né!?”, desabafa um internauta. “Parece que vocês acham que ninguém tem compromisso, estou aqui mais de vinte minutos e nada de trem, infelizmente não temos fiscalização para ajudar a população e a Supervia faz o que quer”

O problema parece que está longe de acabar. De acordo com a concessionária, as ocorrências de furtos de cabos do sistema ferroviário voltaram a crescer a partir da segunda quinzena de outubro. Segundo a Supervia, desde o início deste ano até 7 de novembro, foram registrados 668 casos, em que foram roubados 28.255 metros de cabos, que custaram R$ 1,5 milhão para reposição, além de prejuízos para a circulação dos trens. O número de casos já é mais do que o dobro de todo o ano passado, quando ocorreram 355 furtos, com um total de 15.474 metros (55%).

Só nos primeiros sete dias de novembro, houve 15 casos, sendo oito deles no ramal Japeri, o principal alvo dessas condutas criminosas. Este número já representa um terço de todos os registros do mês de outubro, quando ocorreram 23 casos no ramal.

Providências da supervia

A empresa informa que todos as ocorrências são registradas em delegacias de polícia. “A SuperVia tem adotado várias medidas para mitigar esse tipo de ação criminosa. A mais recente é a instalação subterrânea dos cabos, que tem um custo três vezes maior para a concessionária que o modelo tradicional. Este modelo também não é adequado para diversas regiões do sistema em função da posição da linha férrea”, disse a concessionária por nota.

Para reduzir os roubos, a empresa aderiu ao Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis) por meio do qual policiais atuam nas áreas mais sensíveis, apoiando as forças de segurança do Estado. De acordo com o contrato de concessão, a segurança pública dentro do sistema ferroviário é de responsabilidade do poder concedente, que é o Governo do Rio.

“Em agosto tivemos o maior número de ocorrências ao longo da malha ferroviária em 2021 e, além dos cabos, criminosos furtaram equipamentos fundamentais para a sinalização, o que culminou na interrupção temporária do ramal Japeri. Em setembro, o trabalho da força-tarefa da segurança pública levou a uma diminuição dessas ocorrências, mas, neste mês, os casos voltaram a ocorrer em grande volume com o agravamento nos casos de furtos de cabos”, explica Silmar Cavalieri, o gerente de segurança da SuperVia.

Foto: Reprodução redes sociais

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