Rodoviários de Niterói aceitam 7% de reajuste salarial e cesta básica de R$ 450
Rodoviários das cidades de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá aceitaram a proposta patronal de reajuste salarial de 7% em cota única e o valor de R$ 450,00 para a cesta básica da categoria, que irá vigorar de novembro de 2022 a 31 de outubro de 2023. A posição das empresas foi discutida durante assembleias na manhã e tarde desta segunda-feira (24), na sede do Sindicado dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), em Niterói, e obteve a aprovação de 477 trabalhadores, contra 24.
Durante as negociações, também ficou acertado o não desconto de 6% sobre o valor do vale-transporte, a manutenção dos valores da hora-refeição, a ajuda de custo de R$ 144,75 a cada quadrimestre para compra de uniforme, e a continuidade da jornada de 7h diárias de trabalho.
“Diante do cenário catastrófico das empresas e da crise em que está mergulhado o setor de transporte público de passageiros, a categoria concordou em acatar essa proposta. Obviamente, assim que for implementado o programa de reequilíbrio econômico nas empresas, a partir de estudos das prefeituras e do Estado, voltaremos a discutir a questão salarial com os patrões”, afirmou o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.
Estudo para mudanças no setor
O Sintronac começa, ainda nesta semana, a enviar para as Prefeituras da base do sindicato, Estado e órgãos públicos do setor um estudo feito pela entidade sobre mudanças no modelo de transporte público no estado do Rio de Janeiro, contendo 15 propostas para estimular o aumento de ofertas de emprego pelas empresas de ônibus.
O documento abrange desde o fim do atual sistema de financiamento do transporte público, feito unicamente através do pagamento de passagens pelo usuário, até a reestruturação da política de segurança pública, de modo a fazer com que as pessoas saiam às ruas e usem os ônibus e outros modais de massa. O estudo teve por base medidas adotadas por grandes centros urbanos mundiais, como Paris, Londres e Nova York, além de capitais brasileiras, entre elas São Paulo, Curitiba e Brasília.
“É preciso uma profunda reformulação em todo o cenário urbano para estimular o uso do transporte público. É mais econômico para as pessoas, melhor para o meio-ambiente e para o desenvolvimento dos municípios. Hoje, sabemos que o carro de passeio é o grande vilão das cidades. Ele é o responsável pelos congestionamentos. Em São Paulo, um estudo recente mostrou que apenas um ônibus tira 55 carros das ruas. Então, esse é o caminho para o futuro”, pontuou Rubens Oliveira.
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