Sindicato cobra no TRT decisão que acaba com dupla função

A recente agressão sofrida pelo do motorista da linha 715L que faz a linha Cascadura x Belford Roxo, por um passageiro que ficou irritado pelo fato da demora em receber o troco, acendeu o sinal vermelho no Sindicato dos Rodoviários em relação a dupla função exercida pelos motoristas. Os profissionais precisam dirigir e cobrar a passagem dos usuários, gerando quase sempre discussão. De acordo com Sebastião José, presidente do sindicato, a dupla função é um verdadeiro sistema escravo imposto aos trabalhadores da categoria e que praticamente acabou com cerca de 9 mil vagas de cobradores.

“Antes do início da pandemia nós já havíamos entrado com uma ação pedindo o fim da dupla função. A ação foi ganha e a justiça determinou que a sentença fosse cumprida após o fim da pandemia. Com a declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmando o fim da crise, não tenho dúvida que esse processo irá para execução, pois já é uma decisão dando ganho de causa para a categoria e determinando o retorno dos cobradores. Diante disso, vamos ingressar com uma ação na segunda-feira requerendo o cumprimento do que foi determinado na ação judicial em relação a esse processo”, explicou.

Sebastião lembra ainda que a dupla função, em que o motorista também faz a cobrança das passagens, além de colocar em risco todos os passageiros aumenta o tempo de viagem, já que o motoristas tem que parar o veículo para poder dar o troco, causando certa irritação nos demais passageiros e acabando em agressão física como o ocorrido com o profissional da linha 715L. Ele afirma que essa é uma batalha antiga entre a categoria e os empresários, que só pensam apenas no lucro, sem se preocupar com os profissionais.

Falta de segurança também preocupa

Motoristas e cobradores não suportam mais a insegurança que atinge a categoria. Já não bastasse o elevado número de assaltos nos coletivos, agora eles sofrem com os sequestros dos ônibus por bandidos para serem usados como barricadas nas comunidades que margeiam principalmente a Av. Brasil. O resultado disso é o número de profissionais que procuram a direção do Sindicato dos Rodoviários para comunicar agressões por parte de assaltantes aos passageiros e motoristas, o que vem ocasionando o afastamento desses profissionais de suas funções.

De acordo com Sebastião José, infelizmente a violência se tornou um rotina no meio do transporte urbano de passageiros aqui no Rio de Janeiro, fazendo com que os profissionais peçam a direção das empresas para trocarem de linha todos os dias.

“A violência está descontrolada na cidade, mas para nossa maior surpresa o sequestro de ônibus para ser usado como barricada e para transporte de pessoas de uma comunidade para outra, está virando uma rotina sem que nada seja feito pelas autoridades. Muitos rodoviários não suportam a pressão e procuram o departamento jurídico do sindicato para intermediar um acordo para sairem da empresa; a situação está ficando sem controle”, disse angustiado.

Ele lembra ainda que somente a colocação de câmeras nos ônibus não é suficiente para coibir os assaltos dentro dos veículos; é preciso que haja uma atuação maior das forças de segurança, principalmente com blitzs diárias para tentar reduzir esse tipo de delito.

Foto: Divulgação

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