Rodoviários apoiam subsídio para redução do preço das passagens em Niterói

A Prefeitura de Niterói solicitou à Câmara Municipal, na última quarta-feira (31), a aprovação para que seja implementado subsídio às passagens dos ônibus municipais, o que reduziria o valor para o usuário de R$ 4,45 para R$ 4. A medida é a primeira de uma lista com 14 propostas encaminhadas pelo Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) para que seja restabelecido o equilíbrio financeiro do setor de transportes, atingido por diversas crises econômicas e pela pandemia do coronavírus.

“Sabemos que a única solução para o desenvolvimento de uma cidade como Niterói é um transporte público eficiente e que caiba no bolso dos cidadãos. O vilão do trânsito é o carro de passeio. Estudos feitos em São Paulo, por exemplo, mostram que um ônibus apenas retira 55 carros das ruas. Então, não adianta aplicativos, vans ou os piratas afirmarem que podem substituir os ônibus. É mentira. Precisamos dar segurança para o transporte por ônibus legalizado, gerador de milhares de empregos diretos e único capaz de atender às demandas da população, inclusive o da gratuidade para pessoas que necessitam”, afirma o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.

As propostas do Sintronac, que também incluem a atuação dos órgãos de segurança na proteção do sistema de transporte público, foram apresentadas oficialmente à Prefeitura de Niterói no dia 15 de maio, em reunião de diretores da entidade com o subsecretário municipal de Transportes, Murillo Moreira Junior, a subsecretária de Mobilidade Urbana, Ivanice Shutz, e técnicos da COPPE/UFRJ.

Veja as propostas:

1. Criação de uma tarifa técnica, subsidiada pelos governos, de modo a restabelecer o equilíbrio econômico das empresas, assegurando empregos e qualidade no serviço;

2. Fixação para os rodoviários da reposição da inflação acumulada nos 12 meses anteriores à Data -Base da categoria, uma defesa contra eventuais impactos de crises econômicas e plataforma a partir da qual será debatido um percentual de aumento real na Convenção Coletiva;

3. Criação de comissões integradas por representantes dos trabalhadores, usuários do sistema e das empresas, do Legislativo e Executivo, além de técnicos do setor, para elaboração de projetos de lei, que adequem, com regularidade e diante das necessidades que se apresentem, o modelo de financiamento do transporte público para as cidades e o estado do Rio de Janeiro;

4. As comissões devem interagir com municípios no Brasil e no exterior, que estejam adotando, com sucesso, novos modelos de financiamento para o transporte público;

5. Os Projetos de Lei devem garantir, como condição indispensável, uma reestruturação no sistema viário dos municípios e na malha viária estadual, de modo que o desgaste da frota seja reduzido e a fluidez no trânsito estimule os usuários a usarem o transporte coletivo; e reforço na Segurança Pública, com foco para o transporte coletivo, assegurando, não apenas a tranquilidade dos passageiros e rodoviários durante as viagens, mas também durante seus trajetos até os pontos e terminais de embarque e desembarque;

6. No caso específico do setor, é vital a regulamentação dos transportes por aplicativos, de modo que eles não concorram com o coletivo licenciado;

7. O transporte ilegal deve ser combatido e extirpado, pois está mais do que evidente que sua presença na malha urbana causa enormes prejuízos ao trânsito, à Segurança Pública e à saúde financeira das empresas regulares de ônibus;

8 – Elaboração de um PL que permita a exploração por companhias privadas dos terminais rodoviários públicos, com a arrecadação da concessão sendo convertido para subsídios ao transporte público coletivo;

9. Condicionamento das operações das empresas, após a implementação de novos modelos de financiamento, ao retorno dos cobradores, de modo que os motoristas não sejam sobrecarregados pela dupla função, uma das maiores causas de estresse e doenças laborais dos rodoviários;

10. Adoção de medidas de desestímulo ao uso de automóveis particulares nos centros urbanos, também causadores de violência, estresse e caos no trânsito das cidades;

11. Adoção de sistemas eletrônicos que permitam o pagamento das passagens apenas por cartões, incluindo os bancários de crédito e débito, evitando a circulação de dinheiro no transporte coletivo. Desta forma, inibe-se tanto os assaltos, quanto se permite uma maior fiscalização do poder público sobre a arrecadação das empresas;

12. Criação de uma política tributária diferenciada para o setor de transporte público, com prioridade para a isenção fiscal e redução de impostos em segmentos como aquisição de veículos, insumos, combustíveis, ICMS etc.;

13 – Criação de fundos setoriais pode permitir a aplicação de gratuidades e descontos para determinados clientes do transporte público, podendo destinar o subsídio a estudantes, idosos, pessoas com deficiência, entre outros. A proposta ainda auxilia a evitar o subsídio cruzado, no qual o cliente pagante arca com os custos das gratuidades.

14 – Inclusão dos sindicatos dos trabalhadores nas equipes de fiscalização da arrecadação das empresas, de modo que os rodoviários tenham noção da saúde financeira de cada companhia.

Foto: Divulgação

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