Rodoviários: Prejuízo com depredações já somam R$ 17 milhões desde janeiro

O ataque a bomba sofrido contra um ônibus da linha 771 na Avenida Brasil, em Costa Barros, que teve o coletivo invadido por criminosos, deixou marcas profundas não só os passageiros, mas também no motorista, que teve uma pistola apontada para sua cabeça.
“Infelizmente isso não ocorre só na cidade do Rio de Janeiro. Toda a região metropolitana sofre com a falta de segurança. Para se ter uma ideia, somente este ano 22 ônibus foram incendiados ou usados como barricadas e 2 mil depredados na volta dos jogos de futebol ou da praia, gerando um prejuízo desde janeiro de de R$ 17 milhões com depredações e incêndios”, disse Sebastião José, presidente do Sindicato dos Rodoviários.
De acordo com ele, é importante ressaltar que os rodoviários são os que ficam mais expostos a esse tipo de violência que não é de hoje. “Há muito tempo que a bandidagem usa o transporte público, principalmente os ônibus e a população, como escudo. É preciso que haja uma resposta urgente das autoridades. Ninguém suporta mais tanta violência”, acrescenta  Sebastião José.
O presidente do Sindicato disse ainda que os motoristas não suportam mais a insegurança que atinge a categoria quase que diariamente. Já não bastasse o elevado número de assaltos nos coletivos, agora eles sofrem com os sequestros dos ônibus por marginais para serem usados como barricadas nas comunidades que margeiam principalmente a Av. Brasil.
O resultado disso é o número de profissionais que procuram a direção do Sindicato dos Rodoviários para comunicar agressões por parte de assaltantes aos passageiros e motoristas, o que vem ocasionando o afastamento desses profissionais de suas funções.
Sebastião José informou que de acordo com a Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro (Semove), um ônibus incendiado deixa de transportar mensalmente 70 mil passageiros, e que nos últimos 10 anos foram inutilizados 262 coletivos. Vale lembrar que o custo na reposição de coletivos incendiados desde 2014 soma um total de R$ 209 milhões em valores atuais.
” Infelizmente a violência se tornou uma rotina no meio do transporte urbano de passageiros aqui no Rio de Janeiro, fazendo com que os profissionais peçam a direção das empresas para trocarem de linhas e até realizarem acordos para serem demitidos. Ela está descontrolada na cidade, mas para nossa maior surpresa o sequestro de ônibus para ser usado como barricada e para transporte de pessoas de uma comunidade para outra está virando uma rotina sem que nada seja feito pelas autoridades. Muitos rodoviários não suportam a pressão e procuram o departamento jurídico do sindicato para intermediar um acordo para sair da empresa; a situação está ficando sem controle”,  disse angustiado.
Sebastião destacou ainda que já existe no sindicato projeto para a contratação de um psicólogo para atendimentos aos profissionais da categoria, serviço esse que é prestado obrigatoriamente pelas empresas. “Para nós, somente a colocação de câmeras nos ônibus não é suficiente para coibir os assaltos dentro dos veículos. É preciso que haja uma atuação maior das forças de segurança, principalmente com blitzes diárias para tentar reduzir esse tipo de delito”, garantiu.
Foto: Divulgação

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