Rodoviários aprovam reajuste salarial de 7,2%, em assembleia

Rodoviários de oito municípios, inclusive do Leste Fluminense, aprovaram, por ampla maioria, em assembleia nesta quarta-feira (8/11), a contraproposta patronal de aumento salarial de 7,2% e cesta básica de R$ 480,00, que irão vigorar a partir de 1º de novembro. O Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) continuará acompanhando a tramitação na Câmara de Vereadores de Niterói do Projeto de Lei (PL) do subsídio das passagens de ônibus apresentado pela Prefeitura, que pode tornar-se um instrumento para negociações com as empresas sobre futuros reajustes da categoria.

Os trabalhadores se reuniram na sede social do Sintronac, no Sapê, em Niterói, em rodadas de votação, que ocorreram pela manhã e à tarde. Com a aprovação do percentual de reajuste, os salários dos rodoviários passam a ser: motorista, R$ 3 mil; despachante, R$ 2.230; fiscal, R$ 2.030,00; cobrador, R$ 1.650; e as demais categorias receberão um reajuste de 6%. Os novos valores valem para rodoviários de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Casimiro de Abreu, Maricá, Rio das Ostras, Silva Jardim e Tanguá.

Na apresentação da contraproposta, o presidente do Sindicato patronal (Setrerj), Márcio Barbosa, destacou “o cenário de enormes dificuldades financeiras” pelo qual passam as empresas de ônibus para justificar o percentual de reajuste oferecido.

No último dia 30, o Sintronac enviou à Comissão Permanente de Desenvolvimento Econômico, Inovação, Turismo e Indústria Naval da Câmara de Niterói um conjunto de 18 propostas para reformulação do sistema de ônibus da cidade. Os parlamentares começaram a debater o PL da Prefeitura, enviado em maio ao Legislativo, de estabelecer 30% de subsídio das passagens de ônibus da cidade. Uma data para votação, contudo, ainda não foi definida.

Os rodoviários, no entanto, embora concordem com o subsídio, acreditam que somente esta medida não irá alterar o quadro de greve instabilidade que o transporte por ônibus atravessa. É necessário o estabelecimento de uma tarifa técnica, que reequilibre financeiramente o setor e assegure aos trabalhadores uma base de reajuste salarial condizente com a realidade econômica do País.

“Os trabalhadores precisam de estabilidade financeira diante de um quadro econômico tão volúvel, como é o brasileiro. E um dos instrumentos para que isso aconteça é o estabelecimento de uma tarifa técnica, que contemple todos os gastos do setor, que são muito maiores que o IPCA. Em 2022, por exemplo, o diesel aumentou 80%. A partir dessa tarifa, aí sim, os governos podem definir o percentual de subsídio das passagens para que o usuário do sistema pague menos e tenha, ao mesmo tempo, um serviço de qualidade”, analisa o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.

Foto: Divulgação

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