Plano Nuclear do Brasil é exposto no World Nuclear Exhibition
Após ter apresentado a proposta para o Plano Nuclear brasileiro ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad; ao senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal; ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira e ao presidente Lula, o deputado Júlio Lopes (PP), presidente da Frente Parlamentar Mista de Tecnologia e Atividades Nucleares (FPN), está na França onde participa do World Nuclear Exhibition, o maior evento sobre o tema no mundo.
O plano será apresentado aos cerca de 650 expositores de 76 países representados e mais de 20 mil participantes do evento. A ideia, segundo o parlamentar, é a de contextualizar o programa e as novas tecnologias na área nuclear com a apresentação de novas ações no setor, que irá viabilizar sua utilização em todas as áreas, como na produção de alimentos e na medicina, trazendo enorme benefício para a população; e por ser uma energia boa, barata e de qualidade permanente, pode no futuro desempenhar um papel fundamental na luta contra a descarbonização do planeta, além de ser de grande importância na transição de uma energia limpa para o mundo.
“Nosso plano possui 20 pontos que consideramos de enorme importância para o programa nuclear brasileiro; dentre eles podemos destacar a criação de um programa de fomento a formação de profissionais; criação de uma política nacional de comunicação da área nuclear; a unificação da base de dados; uma política nacional de construção de SMRs; o fortalecimento da NUCLEP, INB e AMAZUL; descarbonização e transição de energia, além da realização de um novo mapeamento das jazidas de urânio no Brasil”, enumera.
O deputado acrescenta que para abastecer as usinas de Angra I e Angra II, o Brasil comprou nos últimos dez anos, mais de um milhão de quilos de urânio enriquecido. “E nós, por mais louco que pareça, dominamos toda a tecnologia de enriquecimento de urânio em todas as suas etapas, e estamos entre os 10 países do mundo capazes de fazer isso. Além disso, temos a quinta maior reserva mundial desse mineral, o que nos permite já com as reservas reconhecidas e testadas, ter um programa de securitização com base na exportação da ordem de aproximadamente de 7 bilhões de dólares em 10 anos, o que nos garante o financiamento do programa nuclear brasileiro inteiro somente com base na securitização de exportações”, explica.
De acordo com o parlamentar, a mina de Santa Quitéria, no Ceará, por exemplo, irá produzir a partir de 2026 cerca de 2,3 toneladas de urânio, o que irá gerar aproximadamente 400 milhões de dólares anuais em royalties.
Júlio destacou ainda o interesse real do governo francês de fazer uma parceria de estudo entre os dois países, objetivando o financiamento da obra de Angra III e a renovação de Angra I, com verba destinada pela Agência Francesa de Desenvolvimento, além de inúmeros projetos voltados para a área nuclear. Ele lembrou também o grande número de manifestações favoráveis por parte da Câmara e do Senado francês; além da parceria obtida entre o Instituto Brasileiro de Geologia e o Bureau de Recherches Géologiques et Minières (BRGM), mais importante Centro de Geologia da França, que irá colaborar na certificação das minas brasileiras já cubadas e quantificadas, assim como ajudar na identificação e certificação de futuras minas.
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