Alerj cobra explicações sobre preços de seguros automotivos

Apesar dos números apontarem uma redução no roubo de veículos, o que levaria a uma eventual redução no valor do seguro dos automóveis, na realidade não é isso que ocorre. De acordo com um estudo realizado pela seguradora Minuto Seguros, o valor das apólices deve sofrer um reajuste de cerca de 8,9% para os motoristas do sexo masculino e 7% para os do sexo feminino.

Para o deputado Dionísio Lins (Progressista), presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa, é preciso que haja uma averiguação preliminar por parte do Ministério Público para controlar e evitar que ocorra um aumento desproporcional por parte das seguradoras de veículos na hora da contratação ou renovação de seguros, principalmente para os motoristas que residem em bairros com alto índice de roubos de veículos como na Baixada Fluminense e Zona Norte.

“Assim como muitos cidadãos, não consigo enxergar uma redução no roubo de veículos; até porque devemos levar em consideração que muitos motoristas acabam por desistir de registrar a ocorrência por diversos motivos. Devemos lembrar ainda que muitos acreditam que o preço do seguro de automóveis para pessoas com o mesmo perfil é idêntico, quando na verdade não é isso que ocorre, já que a região onde ele reside é um dos principais motivos que contribui para a diferença do valor a ser pago. Por exemplo, o proprietário de um veículo que more na Zona Norte tem o preço de seu seguro bem maior em relação ao morador que reside na Zona Sul, o que em minha opinião vai totalmente na contramão do que determina o Código de Defesa do Consumidor, que podemos considerar um absurdo e uma verdadeira covardia”, disse.

Dionísio destaca ainda que para piorar a situação, começou a aparecer nesse cenário um mercado paralelo de seguro que é feito através de cooperativas ou associações, em que o proprietário do veículo não tem o mínimo de garantia em caso de sinistro, ficando na maioria das vezes refém do atendimento precário oferecido e sem a prometida reparação, já que de acordo com denúncias e reclamações milicianos estão à frente dessas cooperativas, inclusive negociando com marginais de comunidades valores para que os carros roubados sejam devolvidos mediante ao pagamento de um “resgate” pelos proprietários, o que contribui para o aumento do roubo de veículos.

“A população precisa entender melhor como funciona toda essa engrenagem do seguro veicular. Para isso, vamos encaminhar um requerimento de informações para a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e para a Federação de Nacional de Corretores de Seguros Privados (Fenacor), solicitando saber se existe alguma cláusula ou artigo que determine a obrigatoriedade de valores diferenciados de seguros de acordo com o bairro onde o proprietário do veículo reside e se ele pode ter seu seguro recusado por causa disso. Estamos cobrando ainda, se existe alguma portaria que autorizou a criação de seguros administrados por cooperativas ou associações sem fins lucrativos; pois vejo com muita preocupação a proliferação de empresas que aparentemente vendem ilusão e não dão nenhum tipo de garantia para seus cooperados, se aproveitando da situação atual de segurança, já que muitas vezes quando ocorre um sinistro a dificuldade de acioná-las para cobrar seus direitos torna-se quase inviável”, disse.

Caso as informações recebidas não sejam satisfatórias, a comissão entrará com uma representação na Promotoria de Tutela de Defesa do Consumidor para que sejam tomadas as medidas legais para uma apuração rigorosa da situação.

Foto: divulgação.

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