Niterói: MPRJ apura irregularidades na compra de 40 ônibus elétricos
Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) instaurou inquérito civil para apurar possíveis irregularidades na compra de 40 ônibus elétricos pela Prefeitura de Niterói, que circulará no corredor BHS (Bus High Service) da Transoceânica. Nesta segunda-feira (27/8), será realizada uma audiência pública para discutir a aquisição dos coletivos. De acordo com o edital, serão comprados 20 ônibus até dezembro e 20 no ano que vem. Os veículos serão cedidos para o grupo formado pelas empresas Viação Pendotiba, Santo Antônio, Transporte Expresso Miramar e Viação Fortaleza, que vão operar o BHS. O preço total estimado para a compra dos ônibus é de RS 51,9 milhões.
A investigação do MPRJ foi aberta há uma semana pela Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Defesa da Cidadania de Niterói, que, na quinta-feira, se reuniu com representantes da Prefeitura e solicitou documentação relacionada a estudos e ao procedimento de consulta pública para aquisição dos veículos. Segundo a promotora Renata Scarpa, que conduz o inquérito, a aquisição dos ônibus elétricos pela Prefeitura, com a cessão dos veículos “pode acarretar dano ao erário e possível benefício do consórcio”.
Para compor o sistema de transporte público da Transoceânica, o consórcio vai adquirir 43 ônibus a diesel em dois anos, visando a complementar a frota, que terá o total de 83 unidades, sendo 40 elétricos.
A Transoceânica contará com 13 estações do BHS, mas só as de Charitas e Engenho do Mato já foram entregues. Ambas, entretanto, nunca foram utilizadas e sofrem degradação. A obra completa da Transoceânica foi orçada em R$ 310,9 milhões em setembro de 2014, com a promessa de ser entregue em 2016. Após sete reajustes, o projeto aumentou 24% e custa RS 384,8 milhões, incluindo apenas duas das 13 estações Para construí-las a Prefeitura estima um gastar R$36,7niilhões. A previsão de conclusão da obra é novembro.
O projeto prevê a implantação de cinco linhas de ônibus saindo de diferentes bairros da Região Oceânica. Duas delas passarão pelo túnel Charitas-Cafudá seguindo até o Centro; uma sairá de Piratininga; e outra, de Itaipu. Três linhas seguirão pelo Largo da Batalha até o Centro.
As estações seguirão os modelos das estações do VLT implantado no Rio, mas com o piso na altura do passeio público. Todas terão bicicletário com 10 vagas, câmeras de segurança, sistema de sonorização, que permitirá a comunicação do centro de controle com os passageiros, além de painéis que irão informar o tempo de chegada de cada ônibus na estação, e de uma grande tela na qual os usuários poderão acompanhar a localização dos coletivos no mapa.
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