Os desafios do transporte de trem, metrô e barcas na Região Metropolitana
Em grandes cidades, os transportes de massa mais rápidos são os trens e o metrô. Os usuários desses modais conseguem fugir dos congestionamentos, diminuir o tempo das viagens, ao mesmo tempo em que trafegam em veículos que poluem menos o ar. No Rio, há ainda a opção das barcas, que também contribuem para desafogar o trânsito. Entretanto, a situação dos três modais é crítica, indicando que o próximo governador do Rio terá grandes desafios pela frente.
As obras da Linha 4 do metrô estão paralisadas por decisão judicial e não têm previsão para serem retomadas. Enquanto os trabalhos não recomeçam, o imenso buraco originado das obras da estação Gávea teve de ser inundado por medida de precaução para afastar a possibilidade de danos estruturais em prédios do entorno, inclusive o da PUC. Já o projeto básico da Linha 3, que ligaria Niterói a São Gonçalo, beneficiando cerca de 1 milhão de pessoas, não saiu do papel.
Nos trens, casos recorrentes de vandalismo e violência afetam diretamente a qualidade do transporte. No primeiro semestre deste ano, por exemplo, a Supervia registrou 335 ocorrências de vandalismo nas composições e estações, que interferiram na operação do modal. Para fazer os reparos, a empresa estima gastar cerca de R$ 10 milhões este ano. As plataformas, que não oferecem segurança para os passageiros, também precisam ser reformadas. Em maio, a CPI dos Transportes da Assembleia Legislativa, durante uma vistoria, mediu na Central do Brasil uma distância de 30 centímetros entre o trem e a plataforma, com a diferença de altura de 25 centímetros. Esse desnível, na estação de Coelho da Rocha, provocou a morte, no ano passado, de uma estudante de 19 anos, que caiu nesse vão e foi arrastada pela composição.
Os usuários das barcas aguardam a licitação para a escolha da nova concessionária. A Chamada Pública foi suspensa pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio, por tempo indeterminado, para avaliar a íntegra da documentação do processo licitatório. A tarifa social da linha Charitas–Praça Quinze, no valor de R$ 6,10 ainda não foi implantada e não há prazo definido para regulamentação da lei relativa ao benefício. Atualmente, a passagem no trajeto, que faz apenas o transporte seletivo, custa R$ 16,90.
A solução desses problemas requer medidas urgentes para melhorar a mobilidade urbana. Segundo dados do Plano Diretor de Transportes da Região Metropolitana, dos 11milhões de viagens realizadas por dia, apenas 11% dos passageiros usam o metrô e trem, e 1% opta pelas barcas.
Foto: Divulgação Setrans.