Trens sem refrigeração registram até 37,2 graus nos vagões
Fiscais da Agência Reguladora de Transportes do Estado do Rio (Agetransp) registraram, na última terça-feira (15/01), pouco depois das 16h, uma temperatura de 37,2 graus no interior de um dos vagões, do trem do Ramal de Belford Roxo. Temperatura, inclusive, maior do que os 35 graus aferidos na estação de Triagem.
A ação fez parte de uma série de vistorias realizadas, na semana passada, em horários alternados, em cinco ramais operados pela SuperVia, para verificar irregularidades no sistema de refrigeração. De acordo com a Ouvidoria da Agetransp, a falha na climatização das composições é a maior reclamação dos passageiros durante o verão.
Dos 251 trens vistoriados, 31 registraram temperatura acima de 26 graus, que é o limite máximo recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O ramal de Belford Roxo foi onde os fiscais registraram o calor mais intenso. Dos 57 trens fiscalizados nos dias 12, 13 e 14 de janeiro, 42 apresentaram problemas de refrigeração.
A empregada doméstica Tânia Moraes, moradora de Belford Roxo, contou que há mais de 20 anos usa o trem para ir ao trabalho e achou boa a iniciativa da Agetransp de fiscalizar o sistema de refrigeração: “É um ramal com muitos problemas, e o ar-condicionado com defeito é o principal deles. Precisa mesmo de fiscalização”, apontou.
Segundo os fiscais, o ramal com menos problemas na refrigeração é o de Deodoro. Dos 61 trens vistoriados no período de três dias, só um apresentou deficiência. No ramal de Santa Cruz foram fiscalizados 29 trens, sendo que em cinco havia algum tipo de problema de refrigeração. Em Japeri, dos 29 veículos vistoriados, quatro trens tinham problema. E em Gramacho, dos 75 trens, seis trens apresentaram deficiência.
Os fiscais da Câmara de Transportes farão um balanço da operação e entregarão um relatório ao Conselho Diretor da Agetransp. Caso sejam verificadas falhas generalizadas na operação do sistema, o Conselho poderá abrir uma investigação, que pode resultar em multa ou outra penalidade à concessionária operadora dessas vias.
Foto: Agetransp