‘Meu Rio’ pressiona autoridades para melhorar mobilidade

O Movimento Meu Rio, rede de mobilização virtual, conta com uma base de dados de 300 mil pessoas, que recebem alertas e convocações para aderir às campanhas defendidas pela entidade. O método de atuação do grupo é fomentar a ação de jovens ativistas, como Lívia de Azevedo Merlim, prontos para atuar em suas causas e pressionar políticos para que sejam atendidos.  Lívia explica que o “Meu Rio” é uma organização apartidária, multitemática, que desde 2011, faz campanhas para uma série de temas, dentre eles o de mobilidade urbana. “Recentemente, fizemos a campanha ‘Só recebe quem está solto’ sobre deputados que estavam sendo empossados, mas que estavam na cadeia, que continuariam recebendo seus benefícios”, relata. Outra ação citada por Lívia é a que fez pressão para alcançar a proibição dos canudos de plásticos na cidade do Rio de Janeiro.

Nas eleições de 2016, o movimento reuniu especialistas de Mobilidade, Urbanismo, Segurança e outros para verificar ao vivo a veracidade das falas dos candidatos à Prefeitura nos debates de TV. As análises foram divulgadas em tempo real pelo Facebook e Twitter, alcançando milhares de pessoas pouco antes da eleição. O Facebook é a rede em que o movimento é mais forte: conta com mais de 122 mil seguidores. No Twitter, a rede alcança 4.658 pessoas.

De acordo com a mobilizadora, o “Meu Rio” é uma organização que monitora e fiscaliza as agendas do Executivo e do Legislativo, que tenham possibilidade de mobilização. “Tentamos a partir disso, incidir sobre as tomadas de decisão em termos de políticas públicas”, acrescenta.

Transporte sem desvio no Meu rio

Desde o fim de maio, o Meu Rio disparou a campanha “Transporte sem Desvio”.  Usando a hastag #sancionaWitzel, a população é convocada a pressionar o governador Wilson Witzel a sancionar o PL 3641/17, que transfere a gestão dos dados do RioCard da Fetranspor  para uma empresa sem vínculo com as concessionárias de transportes, escolhida por licitação.

A proposta muda as regras de gestão da Câmara de Compensação Tarifária do Fundo Estadual de Transportes, que é a instituição responsável por todas as informações relativas ao uso do Bilhete Único, coletadas cada vez que alguém paga a passagem com o RioCard e pelos valores que cada concessionária deve receber por conta do benefício.

Atualmente, a gestão dos dados é feita pela Federação das Empresas de Transportes de Passageiros (Fetranspor). “A mesma empresa que fornece o serviço é a mesma que faz o controle e gestão desse serviço”, resume Lívia. Para ela, o ‘pulo do gato’ do projeto de lei é a escolha de uma empresa via licitação sem vínculo com as concessionárias. “Com isso, conseguimos tirar a gestão dos dados e do dinheiro do bilhete único das mãos da RioCard, que é uma empresa da Fetranspor, que, por sua vez, representa as empresas de ônibus”, destaca. O objetivo, segundo ela, é melhorar o sistema de transportes do Rio e repensar um modelo tarifário que seja mais justo e caiba no bolso do cidadão fluminense.

Lívia disse que é a primeira vez que a organização faz uma campanha direta com o governador Witzel.  “Estamos bastante animados e esperançosos. A campanha já tem quase 5 mil pressões”, comenta.

O governador tem o prazo de até o dia 19 de junho para sancionar ou não a lei. Se Witzel sancionar o PL, o próximo passo é a regulamentação pela Secretaria estadual de Transportes. Se for vetado, o projeto de lei vai ser votado, de novo, pela Assembleia Legislativa. Nesse caso, os deputados poderão derrubar o veto do executivo, o que é bastante provável, uma vez que o PL foi aprovado por unanimidade em segunda discussão. “Sabemos que o projeto já chegou às mãos de Witzel, mas não temos uma tendência clara do que pode ser feito, por isso, continuamos a pressionar”, completa a mobilizadora.

Criado em 2014, pela economista Alessandra Orofino, o movimento trabalha, nessa mobilização, em parceria com a Casa Fluminense, organização não governamental criada em 2013, que reúne por ativistas e pesquisadores na defesa de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável do Rio e outras ONGs.

Foto: Divulgação

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