Em 2019, vandalismo e violência prejudicaram circulação de trens
No ano passado, foram registrados 111 furtos de cabos de energia e sinalização no sistema ferroviário. Os dados foram divulgados pela SuperVia. “Essas são apenas as ocorrências em que os criminosos obtiveram êxito, não considerando outros casos de tentativa de furto”, informa a empresa. Segundo a concessionária, foram retirados da ferrovia 7.141 metros de cabos, o que representa mais de 10 vezes a extensão da passarela do samba da Marquês de Sapucaí. Os casos resultaram em 13 prisões. Em 2018, foram registrados 175 casos de furtos de cabos. “A área de Inteligência da SuperVia monitora os locais com maior incidência de casos e trabalha junto com as forças policiais na investigação para localizar as quadrilhas que cometem esses crimes”, acrescenta a empresa.
O interesse por esse material se deve à sua composição de cobre, que é facilmente vendido em ferros-velhos, distribuídos por todo o estado. Segundo a Supervia, o gasto só com a substituição dos cabos furtados chega a R$ 6 milhões por ano. “Mais do que prejuízos financeiros, a retirada desse material da via provoca inúmeros transtornos aos passageiros, desde atrasos dos trens até a interrupção temporária do tráfego por medida de segurança”, explica a concessionária. Esse tipo de crime pode afetar também a iluminação das estações, o sistema de áudio, além do funcionamento das bilheterias, das catracas e dos elevadores.
Estatísticas do vandalismo
A SuperVia informou que, em 2019, registrou 53 para-brisas atingidos por pedras, 47 pichações ou grafitagens em trens e 298 ocorrências de janelas e visores de porta arrancados durante as viagens. Em 2018, foram 61 para-brisas danificados, 65 pichações ou grafitagens realizadas e 186 casos de janelas e visores de porta arrancados.
Foram contabilizados, ainda, 35 casos de vandalismos em estações e locações que abrigam equipamentos da concessionária, e 73 ocorrências envolvendo furtos de materiais, como extintores, trilhos, hidrômetros, cabos, placas de escada rolante, entre outras peças. “A SuperVia repudia essas ações que danificam o patrimônio público e podem prejudicar o deslocamento de milhares de passageiros que dependem dos trens diariamente. Importante lembrar que a segurança no sistema ferroviário é uma atribuição do governo do estado, que atua por meio do Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer)”, acrescenta a empresa.
Segundo a concessionária, os agentes de controle da SuperVia não têm poder de polícia e são orientados a realizar rondas periódicas e a acionar os órgãos competentes sempre que necessário. Por vezes, essas ações preventivas culminam em prisões ou detenções.
Tiroteios prejudicaram a circulação
Em 2019, foram registrados 70 tiroteios nas proximidades da linha férrea que afetaram a circulação dos trens, um aumento de 58% em relação a 2018, em que foram contabilizados 41 casos. Ao todo, foram 69 horas e dez minutos de alterações no ano passado. Nesses casos, os trens podem aguardar ordem de circulação em estações seguras ou a circulação do ramal pode ser parcialmente suspensa. Quando o tiroteio cessa, a concessionária realiza vistorias em cabos da rede aérea para garantir a retomada da operação em condições adequadas.
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