Baía Viva propõe municipalização do transporte aquaviávio

Os moradores das ilhas de Paquetá e do Governador, o movimento Baía Viva e representantes do Fórum de Mobilidade Urbana, vereadores e o secretário municipal de Transportes se reuniram na manhã desta quinta-feira (30/01) na sede da Secretaria Municipal de Transportes, para avaliar os benefícios da municipalização do serviço de transporte aquaviário. A ideia é atender as populações que vivem e trabalham nas ilhas da Baía de Guanabara; além de analisar a adoção de medidas emergenciais, como a integração das barcas com os ônibus no terminal do Cocotá; e buscar soluções que possam diminuir os impactos socioeconômicos da redução da grade de horários das barcas para Paquetá.

Em reunião do Conselho Municipal de Transportes realizada na última segunda-feira (28/01), o Movimento Baía Viva apresentou dados de estudos recentes que demonstram a viabilidade técnica e socioeconômica da municipalização do transporte aquaviário como uma alternativa à crise gerada pela redução da grade de horários das barcas nas ilhas de Paquetá e do Governador.

Propostas

Para garantir a viabilidade econômica do serviço e a segurança dos usuário, Sérgio Ricardo, membro-fundador do Baía Viva, propõe  a substituição imediata das barcas – com 60 anos de uso, em média – que trafegam atualmente na Baía de Guanabara, por barcas de menor porte a partir de 120 passageiros. “Estas barcas menores podem ser construídas nos estaleiros navais fluminenses que foram todos fechados ou faliram devido à crise econômica que se abateu no país desde 2014: neste período, somente no estado do Rio, houve uma perda de mais de 50 mil empregos diretos na indústria naval”, explica Sérgio Ricardo.

Segundo Sérgio Ricardo, as barcas são uma alternativa de transportes menos poluente e saudável. “A ampliação deste modal de transportes pode contribuir para superar a perda econômica estimada de R$ 24 bilhões por ano provocado pela (i)mobilidade urbana e evitar a ‘produção sacrificada’ gerada pelos longos engarrafamentos diários que ocorrem na Região Metropolitana fluminense”, afirma o ecologista.

Redução dos horários das barcas

Segundo o Baía Viva, em 2016, a Ilha do Governador, bairro com cerca de 300 mil habitantes, sofreu a redução de 8 horários de barcas no trajeto entre a estação do Cocotá e a Praça XV que até hoje se limita à apenas 3 horários de manhã e 3 no fim da tarde. Neste fim de semana, foi a vez das barcas para Paquetá serem reduzidas drasticamente prejudicando o direito de ir e vir da população, o comércio e o turismo de veraneio.

Desde maio de 2017, a Justiça estadual anulou a licitação das barcas por irregularidades identificadas no processo licitário realizado nos anos 1990 e no contrato firmado entre o estado e a CCR Barcas, além de obrigar o governo do estado a realizar uma nova licitação no prazo de dois anos, o que não ocorreu.

Desde os anos 1990, o Baía Viva tem defendido a melhoria e ampliação do transporte aquaviário na Baía de Guanabara através da construção de novas estações de barcas em São Gonçalo, Ilha do Fundão (Cidade Universitária da UFRJ), Magé, Porto do Rio e ligando ps aeroportos Santos Dumont ao do Galeão na Ilha do Governador.

Foto: Divulgação

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