Rodoviários da Região Metropolitana mantêm paralisação do dia 26

Sem respostas dos prefeitos da Região Metropolitana sobre a vacinação da categoria, rodoviários de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá anunciaram que vão manter a paralisação marcada para a próxima segunda-feira (26/04). “Os ônibus são potenciais vetores de transmissão do coronavírus e, até o último fim de semana, 50 rodoviários morreram em consequência da doença só na área de atuação do Sintronac”, justifica o sindicato por nota.

O presidente do Sintronac, que representa rodoviários de 13 municípios de Niterói a Arraial do Cabo, Rubens dos Santos Oliveira, destaca que, embora sejam enquadrados no grupo de categorias essenciais para prestação de serviços, os rodoviários estão sendo postos à margem da imunização em cidades importantes para o estado do Rio. “São Paulo e Rio de Janeiro já incluíram os rodoviários no grupo prioritário. Como as cidades da Região Metropolitana, importante polo de desenvolvimento do estado, ainda não seguiram esse caminho? Indaga ele.

Vacinação não impacta no quadro geral de imunização da população

 Levantamento do Sintronac junto às empresas de ônibus dos cinco municípios revela que a vacinação desses trabalhadores não impactaria no quadro geral de imunização da população pelo pequeno número de doses necessárias para atendê-los, de acordo com o universo populacional de cada cidade. Assim, em Niterói seriam necessárias 3.443 doses para os rodoviários de 12 empresas; em São Gonçalo, 7.147 profissionais em 14 viações; em Maricá, 1.226 em uma companhia; em Itaboraí, 263, também em uma empresa; e, em Tanguá, sete vacinas para os funcionários de uma viação.

De acordo com o pesquisador Yuri Oliveira de Lima, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os rodoviários formam a segunda categoria com maior probabilidade de contágio, perdendo apenas para os profissionais do setor de Saúde.

“Sem dúvidas, a saúde é a área mais afetada, pois esses profissionais estão na linha de frente no cuidado com os doentes. Porém, o setor de transporte é a segunda categoria com maior risco. Falamos de 60% a 65% de probabilidade de contágio quando é abordado o setor administrativo das empresas e de 71% para motoristas e cobradores”, afirma o pesquisador, que do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ.

Niterói iniciou diálogo

De acordo com o Sindicato, dos municípios da área de atuação do Sintronac, apenas Niterói tem buscado um diálogo com a categoria. Nesta quinta-feira, o coordenador de Trabalho e Renda da Prefeitura, Brizola Neto, se reuniu com Rubens Oliveira e com o diretor do Fórum Intersindical do Leste Fluminense, José Juvino Filho, na sede do sindicato, no Centro da cidade.

Brizola Neto recebeu dos sindicalistas a solicitação para que os rodoviários sejam considerados grupo prioritário para vacinação na cidade e uma carta, que reivindica a inclusão de uma representação sindical no Gabinete de Crise, instaurado para fazer frente à pandemia do coronavírus.

“São os trabalhadores que estão na ponta da pandemia, tanto por sua exposição ao contágio, quanto por sua necessidade de atendimento na rede pública de Saúde. Portanto, ninguém melhor do que sua representação sindical para apoiar a municipalidade no planejamento de políticas para o enfrentamento deste mal, que já ceifou milhares de vidas e sobrecarregou o sistema público em toda sua amplitude”, disse José Juvino.

Foto: Divulgação

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