Mais duas empresas de ônibus pedem recuperação judicial

A Viação Penha Rio e a Transportes Campo Grande entraram com um pedido de recuperação judicial, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), para evitr a falência. As empresas vêm enfrentando uma grave crise financeira, que se acentuou durante a pandemia da covid-19, com a queda de 50% do número de passageiros. Ao todo, oito empresas da cidade entraram em recuperação judicial e 16 já fecharam as portas desde 2015, duas durante a pandemia. Foram 7 mil rodoviários demitidos desde março de 2020 e um total de 21 mil ao longo dos últimos cinco anos.

A Campo Grande tem uma frota de 200 ônibus que atendem 18 linhas da Zona Oeste: 369, 370, 388, 392, 393, 396, 397, 759, 772, 786, 789, 819, 826, 846, 847, 848, 858, 870, 923, 2310, LECD29, SE847, SN392, SN397, SN786, SN819, SN846, SN393, SPA397, SPB397, SR393 e SR397. Já a Penha Rio possui 50 coletivos, cobrindo itinerários na Zona Norte do Rio, com as linhas 627,630 e 680. As outras empresas que pediram recuperação judicial no Rio são Real, Expresso Pégaso, VG, Palmares, Paranapuan e Pavunense.

Para o Rio Ônibus, Sindicato das Empresas de Ônibus do Rio, o congelamento da tarifa há mais de 30 meses (metrô, trens e outras cidades seguem corrigindo tarifa), ao mesmo tempo em que o combustível aumentou em mais de 40%, bem como o preço do pneu e das peças de reposição agravam a crise financeira das viações. “Mesmo fixada em R$4.05, a tarifa média recebida pelas empresas é de R$2,76, quando consideradas as gratuidades transportadas (idosos, deficiente e estudantes) e à segunda perna do Bilhete Único Carioca, que sai de graça para o passageiro dentro de intervalo de 2h30, mas não é custeada pela Secretaria Municipal de Transportes”, explica o porta-voz da entidade, Paulo Valente.

Paulo Valente afirma que o sistema não tem mais condições de sobrevivência sem aporte de recursos e que precisa de ação imediata por parte do poder concedente. Ele cita a intervenção do BRT para a qual foram aprovados repasses de R$133 milhões para o sistema assim que a Secretaria Municipal de Transportes passou a administrar os corredores expressos. “O BRT transporta apenas 10% do volume do total de passageiros de ônibus. E como fica o atendimento aos outros 90%?”, questiona.

“A Prefeitura do Rio anda na contramão do que têm feito outras cidades do país e do mundo inteiro. A SMTR condiciona qualquer ajuda ao setor à nova licitação da bilhetagem, o que poderá levar até dois anos até ser finalizado. Até lá, o setor de ônibus teria sido extinto e ocupado pelo transporte ilegal, que já opera irregularmente e livre de fiscalização, principalmente na Zona Oeste. “Pedimos que não deixem o sistema de transporte coletivo organizado acabar. O preço disso será muito alto para a sociedade”, afirma Paulo Valente.

Foto: Divulgação

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