Empresas pedirão ajuda para reajustar salários dos rodoviários
As empresas de ônibus pedirão ajuda ao Governo do Estado e às prefeituras de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá, para solucionar a crise financeira do sistema de transporte coletivo e, assim, atender às demandas salariais dos rodoviários. As reivindicações dos funcionários foram apresentadas durante reunião entre representantes sindicais dos trabalhadores e dos patrões nesta terça-feira (5/10).
No encontro, realizado na sede do sindicato patronal (Setrerj), em Niterói, os empresários pediram um prazo aos rodoviários para que possam obter uma resposta favorável ou não do poder público. A partir desta decisão, o Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) convocará novas assembleias da categoria, que poderão optar por uma greve de ônibus nos cinco municípios, caso suas reivindicações não sejam atendidas.
“Temos um prazo bem delimitado, que é a data-base da categoria em 1º de novembro. Se até lá não obtivermos resposta às reivindicações da categoria, há uma forte tendência entre os trabalhadores por uma paralisação do sistema”, explica o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.
A proposta dos trabalhadores é de reajuste salarial imediato de 10%; aumento de 20% nas demais cláusulas econômicas do contrato de trabalho; R$ 400,00 para o valor da cesta básica (atualmente é R$ 280,00); comissão de 2% para os motoristas que acumulem a função com a de cobradores; e instalação de cofres nos pontos finais de maior circulação para que quantias não sejam transportadas pelos trabalhadores.
Os empresários alegam que não podem conceder aumento à categoria, pois o sistema está, segundo eles, à beira do colapso por conta da elevação dos custos operacionais sem a contrapartida do reajuste tarifário, congelado há 60 meses. O principal vilão, de acordo com os patrões, é, atualmente, o diesel, que, somente em 2021, teve mais de 51% de alta. O combustível ocupa o primeiro lugar no total de gastos das companhias, com 31%. A queda na arrecadação, que chegou, em alguns casos, a 50%, como consequência da pandemia, agravou ainda mais o quadro do setor.
“O anúncio do Governo do Estado de que, nos próximos dias, abrirá licitação para um novo modelo de concessão das barcas, inclusive com o possível financiamento do serviço pelo próprio Estado e pelos municípios, nos traz um certo otimismo de que essa visão seja estendida aos ônibus, responsáveis por uma massa muito maior de usuários, que dependem desse modal. Mas isso, neste momento, não é problema dos trabalhadores, que estão há dois anos sem reajuste salarial e não pretendem entrar no terceiro ano dessa forma”, enfatiza Rubens Oliveira.
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