Concessionárias de transportes discutem saídas para a crise
Representantes dos operadores de transportes – trem, metrô, ônibus e barcas – debateram soluções para a crise no setor durante o seminário Colapso da Mobilidade Urbana promovido pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) nesta terça-feira (19/10). Entre as principais sugestões estão um novo modelo de custeio, que não dependa só do passageiro pagante e maior rigor na fiscalização para coibir o transporte irregular.
Ao final do evento, a ACRJ informou que vai redigir um documento com todas as saídas apresentadas pelos participantes, que serão levadas para a Câmara Municipal do Rio e para a Assembleia Legislativa do Estado.
“O colapso anunciado não será por morte súbita, mas por doença crônica, que mina a resistência do paciente”, analisa Armando Guerra, presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor). “Politizar, judicializar e não fazer nada para apoiar o setor têm consequências dramáticas. É preciso viabilizar um novo modelo de financiamento”.
Dados apresentados pelo Governo do Estado apontam que houve queda do número de passageiros, em comparação ao período pré-pandemia, de 49% no metrô, 45% nos trens e 24% nos ônibus intermunicipais e 50% nos que rodam na cidade do Rio. O sistema aquaviário é o mais impactado, com redução de cerca de 70% da demanda.
De acordo com o Rio Ônibus, Sindicato das Empresas de Ônibus, três dos quatro consórcios que operam na cidade pediram recuperação judicial para evitar a falência, sendo que 87% das empresas de ônibus estão sob esse regime. Em julho de 2015, a cidade tinha 42 empresas ativas. Atualmente, só 29 se mantêm em funcionamento. Com o fechamento das viações, a qualidade do serviço se deteriorou, afetando a vida de milhares de pessoas, que precisam do transporte público para se deslocar.
Paula Azem, Subsecretária de Mobilidade e Integração Modal do Governo do Estado, defendeu a unificação da bilhetagem eletrônica nos transportes do Rio. “Ela é a semente da autoridade metropolitana. É preciso pensá-la em conjunto. Não dá ter governo e operadores em desconfiança um com o outro”.
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