Rodoviários do Rio discutem demissões no BRT e reajuste salarial

O Sindicato dos Rodoviários realiza na próxima terça-feira (23/11), assembleia geral para deliberar sobre o dissídio dos trabalhadores do setor e as demissões programadas para o BRT. Uma paralisação da categoria por tempo indeterminado não está descartada.

De acordo com Sebastião José, presidente do sindicato, a situação do transporte de passageiros na cidade do Rio está completamente sem rumo, “um verdadeiro caos generalizado, já que hoje o transporte de passageiro por ônibus atende pouco mais de 80% dos usuários com uma frota sucateada, falida e sem perspectiva”.

“A posição dos empresários em bater na tecla de que com a crise que o transporte vem passando não existe a mínima condição de discutir reajuste salarial e benefícios, não dá mais para engolir. Já pedimos a intervenção do Ministério Público do Trabalho (MPT), pois já são dois anos que a categoria não tem nenhum reajuste salarial, o único aumento que temos é o de demissões no setor”, analisa Sebastião José.

O presidente do Sindicato lembra que desde o início da pandemia até agora motoristas, cobradores e todos os profissionais que atuam direta e indiretamente para manter os ônibus rodando, foram os que mais se sacrificaram para que a cidade ficasse em movimento.

Sebastião José afirmou ainda que a única saída seria uma licitação séria e transparente. “Esse modelo de organização do transporte através de consórcios comprovadamente não deu certo, e quem paga o pato de toda essa desorganização é a população usuária e os trabalhadores do setor, que sofrem com essa falência”, acrescenta

Em 2015, eram 35 mil rodoviários em atividade e, antes da pandemia, esse número passou para 24 mil. Agora, depois da pandemia e do encerramento das atividades de cerca de 15 empresas só aqui na cidade do Rio de Janeiro, esse número caiu para 19 mil profissionais, trazendo enorme prejuízo para os usuários com a redução da frota; já que os consórcios só assumem as linhas que ainda tem sobre vida e suprimem as que são deficitárias.

“Já a situação dos trabalhadores do setor é cada vez mais humilhante, pois muitos vivem em subempregos, com os salários achatados, sem plano de saúde, cesta básica e ticket alimentação, acabando por se tornarem fragilizados e com dificuldade de reação, pois o setor está quebrado”, conclui.

Sindicato cobra posição da secretaria sobre demissões no BRT

A ideia da secretária municipal de Transportes, Maína Celidonio, que diz que para que o novo modelo de gestão do BRT funcione irá realizar a demissão e a recontratação dos atuais empregados, dando todas as garantias de quitação das verbas rescisórias e direitos trabalhistas, é vista como desastrosa. Diante disso, a direção do sindicato enviou para a secretaria, ofício cobrando que seja encaminhado para o sindicato todas as informações sobre o modelo de gestão que será implantado no BRT, além das datas que os trabalhadores serão demitidos e contratados novamente.

“Nossa preocupação é com a proximidade do fim de ano, já que é grande a ansiedade dos milhares de chefes de família. O BRT chegou com toda pompa de ser a salvação do transporte em massa, já que foi desenvolvido para ser um transporte rápido e econômico, mas que não cumpriu até o momento seu papel, pois não há uma manutenção eficiente da frota e nem peças de reposição, o que coloca os profissionais que lá atuam em situação delicada; isso sem falar nos usuários, que diariamente disputam nas estações lotadas e sem nenhuma fiscalização, uma vaga nos coletivos”, enfatiza.

Foto: Divulgação

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