Protesto fecha pista da estação Magarça, no corredor Transoeste

O tráfego de articulados próximo à estação Magarça, em Guaratiba, no corredor Transoeste, foi interrompido por cerca de cinco horas, na manhã desta sexta-feira (11/03), devido a uma manifestação de passageiros do BRT contra a precariedade do serviço. Os usuários desembarcaram por volta das 7h, alegando falhas no transporte e ocuparam as pistas da Avenida Dom João VI, no sentido Barra da Tijuca. A via foi liberada por volta do meio-dia. Houve manifestações também na estação do Curral Falso.

Por volta das 8h, o grupo que protestava liberou uma faixa da avenida para passagem de carros, motos e caminhões. Mas, bloquearam a passagem de ônibus e articulados.

Passageiros do BRT se queixam da superlotação, falta de ar-condicionado, longa espera para embarcar e ônibus que circulam em condições precárias. “Todo dia tem problema no BRT na ida para o trabalho e na volta para casa”, critica a merendeira  Eunice Rosa. “As filas são enormes e a gente viaja em ônibus lotados, sem ar-condicionado, neste calor do Rio”, descreve o técnico de informática Gabriel Antunes.

Paes afirma que transporte está sendo sabotado

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), disse na manhã desta sexta-feira (11/03), em entrevista ao programa ‘Bom Dia, Rio’ da TV Globo, que o BRT sofre sabotagem de empresários de ônibus, insatisfeitos com as mudanças que transferem o controle do sistema dos empresários para a prefeitura.

“Outro dia, chegou aos meus ouvidos uma história de que uma grande fornecedora de ônibus, com a licitação acontecendo na próxima quarta, pode alegar que a guerra na Ucrânia pode criar um problema no preço do ônibus. Reparem na licitação da bilhetagem: por que não apareceu ninguém? Tinha três empresas na porta. É óbvio que há sabotagem – você está mexendo com interesses econômicos das empresas de ônibus, que estão aí há muito tempo”, afirmou o prefeito.

Paes também informou que a prefeitura está com dificuldades de contratar mecânicos para reparar os ônibus porque os funcionários estão sendo contratados com preços mais vantajosos pelas empresas de ônibus que operavam o BRT, que por sua vez, se dizem sem dinheiro, o que para o prefeito representa uma contradição.

“As empresas do sistema anterior, que dizem não ter dinheiro, estão contratando mecânicos nossos. É óbvio que estou sendo sabotado. Mas o problema não sou eu. O prefeito tem carro. O problema é a população”, disse.

A dificuldade de alugar ônibus no mercado, medida que aliviaria a crise no sistema também foi citada pelo prefeito. A licitação para compra de ônibus será realizada na próxima quarta-feira. Os veículos estão previstos para chegar no segundo semestre deste ano.

“Temos dificuldades neste momento para alugar ônibus. Estamos desmontando um sistema que domina não apenas o Rio, mas o Brasil. Então, o sujeito que é sócio de uma empresa aqui é sócio de uma empresa em São Paulo, no Acre, em Salvador. Na greve que tivemos, conseguimos quase 200 ônibus para alugar. Hoje tem, no máximo, de 36 a 40 para alugar”, disse Paes.

Eduardo Paes pediu compreensão. Paes afirmou que reconhece que a qualidade do sistema BRT está precária, mas diz que vai resolver o problema.

“No caso dos transportes, há uma crise institucional, reputacional. Os escândalos todos recentes fizeram com que medidas judiciais fossem tomadas contra as empresas de ônibus – por exemplo, você não tem aumento de tarifas há quatro anos, proibido por decisão judicial. Por exemplo, hoje o diesel está aumentando 25%. Isso não é repassado, você tem, de fato, um gasto maior. Mesmo que os empresários de ônibus fossem a Madre Teresa de Calcutá, o que não é o caso, ainda haveria muita dificuldade. Então, vivemos uma crise profunda no modelo, institucional”, disse.

Foto: Reprodução de internet

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