Novo aumento do diesel ameaça a operação dos ônibus
A população do Rio tem sido penalizada pela política de reajuste dos combustíveis e pela intransigência das autoridades públicas em se dispor ao diálogo com o setor de transportes urbanos. As empresas de ônibus, em particular, encontram-se prestes a uma quebradeira, que vai deixar o cidadão com poucos meios de locomoção. Com o recente aumento do óleo diesel, de 24,9%, o combustível já acumula alta de mais de 100% nos últimos meses.
Temendo pela continuidade do serviço, que atende a três milhões de usuários, que utilizam diariamente os coletivos, a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) lançou, nesta segunda-feira (14/03), um manifesto contra esses sucessivos reajustes.
O aumento do óleo diesel, que representa 32% do custo operacional do transporte por ônibus, pode parar a segunda maior cidade do país. Entretanto, a Prefeitura ignora essa possibilidade e promete soluções a longo prazo, para a melhora do sistema.
São “soluções” sequer paliativas… Entre as propostas estão a licitação da bilhetagem eletrônica, que seria implantada ano que vem, e a compra de novos ônibus articulados, que chegariam em outubro. Ou seja, nada que ataque a questão central da iniquidade das empresas.
As concessionárias do município do Rio enfrentam uma queda de braço com a Prefeitura, que, avessa ao diálogo, decreta o rompimento unilateral do contrato do BRT e multa as empresas, que, afetadas pelos altos custos operacionais, não conseguem manter os ônibus circulando. Essas medidas não surtiram e nem surtirão efeito.
Todos os dias, os passageiros enfrentam filas, viajam em ônibus lotados e precários. A pergunta que não quer calar é: por que, mesmo com esses resultados negativos, a Prefeitura se fecha à negociação e insiste na tese de que o sistema de transportes públicos é uma caixa-preta, porque os mesmos empresários que operam as linhas têm o controle da bilhetagem eletrônica?
A Fetranspor, em diversas manifestações anteriores, pediu explicitamente que as autoridades fizessem uma auditoria na entidade, pois quer saber onde inexiste transparência nas suas contas e atuação. Em síntese, quer saber que caixa-preta é essa, até para, se for o caso, corrigir o que for necessário. Agora, por que a Prefeitura, em vez de bravatas, não realiza a auditoria solicitada?
Nessa briga quem perde mais é a população, que não consegue se deslocar dignamente para suas atividades. Deixa de ir ao trabalho. Não consegue ir ou levar seus filhos ao hospital. E deixa as crianças sem condições de escolaridade.
Leia o Manifesto da Fetranspor contra o aumento do diesel na íntegra
Carta aberta à população do estado do Rio de Janeiro
Alta do diesel exige soluções urgentes e ações conjuntas para superar a crise.
As empresas de ônibus do Estado do Rio de Janeiro vêm a público manifestar preocupação e solicitar atenção e solução emergencial aos governos federal, estadual e municipal, no sentido de garantir a continuidade da operação de um setor vital para a população e para a economia fluminense.
O mais recente reajuste de 24,9% do óleo diesel é mais um forte golpe em um sistema combalido, que já chegou ao seu limite com o esgotamento financeiro das empresas. O diesel, que representa 32% do custo operacional, já acumula alta de mais de 100% nos últimos meses.
A grande crise provocada pela pandemia de Covid-19 já foi enfrentada sozinha pelos operadores sem a atuação do poder público. Então, o setor pede, mais uma vez, que se estabeleça com a máxima urgência um diálogo franco e transparente com autoridades responsáveis pelo transporte público, a fim de encontrar soluções urgentes para garantir o atendimento aos três milhões de passageiros que utilizam diariamente os ônibus.
É necessário agir para assegurar a sobrevivência do sistema de ônibus e assim garantir à população o direito social ao transporte, como prevê o Artigo 6º da Constituição. A crise que atinge as empresas provoca impactos sociais e econômicos imediatos, afetando toda a sociedade e não somente quem depende do transporte coletivo. O resultado é claro: menos ônibus nas ruas, maior espera nos pontos e perda da qualidade do serviço prestado.
Os motivos da crise:
1) Desrespeito aos contratos vigentes pelos poderes concedentes;
2) Congelamento de tarifas durante três anos sem a reposição de custos já assumidos;
3) Concorrência desleal do transporte clandestino e por aplicativos;
4) Concessão de gratuidades e falta de repasse por viagens já realizadas;
5) Redução do número de passageiros pagantes devido à pandemia e a novos hábitos como o home office;
6) Aumento de custos de operação, principalmente do óleo diesel, bem acima da inflação.
Todas as linhas extintas por esse prefeito.que só pensa em Turismo e Carnaval, sen a consulta da população tem que retornar a Alvorada e Barra da Tijuca
Já melhora em 25% a ida do trabalhador que não está sendo respeitado