CPI dos trens: usuários reclamam do fim das linhas expressas

Na primeira oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) que investiga as interrupções e atrasos nos serviços de trens, a representante dos usuários do transporte, a diarista Cátia Cleide Cardoso disse que o fim de linhas expressas, com mais paradas, prejudicou muito o serviço. “O tempo de viagem nos deixa esgotados, é uma situação insustentável. Pego o trem na estação Tancredo Neves (em Santa Cruz, na Zona Oeste da capital) às 5h15, e levo 2h30 até a Central do Brasil. Quando tínhamos a linha expressa levava no máximo 1h15. Retiraram a linha expressa na pandemia, mas nós continuamos trabalhando. Sou usuária há mais de 10 anos, e não tínhamos do que nos queixar, mas há dois ou três anos o serviço piorou muito”, relatou.

A presidente da CPI, a deputada Lucinha (PSDB) comentou sobre o impacto do serviço ofertado pela concessionária no cotidiano do povo fluminense: “As irregularidades do sistema de trens vêm afetando a vida dos usuários. Conversando com eles constatamos que muitas vezes um terço do que recebem é gasto em passagens. Além disso, o trabalho informal é a realidade de grande parte da população”.

Diante da má qualidade do serviço e do alto custo da tarifa para o usuário, o deputado Waldeck Carneiro (PT) questionou o fato de o contrato da concessionária ter sido prorrogado antes da metade de seu cumprimento: “Com apenas 12 anos de contrato já houve a renovação antecipada por mais 25 anos. Me parece um procedimento temerário, já que o governo não tinha condições de avaliá-lo por completo. Além disso, a SuperVia, depois, entrou em recuperação judicial”.

Em sua participação, a superintendente de Planejamento e Monitoramento de Concessões de Transportes Públicos da Setrans, Raquel Lima, explicou a questão do contrato. “É um contrato de concessão assinado em 1998, com 11 aditivos, que teve sua prorrogação antecipada até 2048. Inicialmente, eram 25 anos de concessão, que foram prorrogados antecipadamente para mais 25 anos, com a contrapartida de R$ 1,2 bilhão de investimento a serem feitos pela concessionária.

Foto: Divulgação

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