Rodoviários querem participar de discussões sobre transportes

O Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) enviou ofício à Prefeitura de Niterói solicitando que as perdas salariais da categoria, acumuladas nos últimos 12 meses até a data-base, em 1º de novembro, sejam incluídas no estudo de reequilíbrio econômico-financeiro anunciado pela municipalidade para o setor de transporte público. De acordo com o Sintronac, a medida é essencial para que os trabalhadores recuperem seu poder de compra, que despencou com a escalada inflacionária, criando um ambiente de insatisfação e instabilidade nas garagens.

O documento, que lista os principais problemas enfrentados pelo transporte por ônibus, como os altos custos operacionais e a incapacidade alegada pelas empresas para viabilizar um reajuste salarial, que contemple as necessidades dos rodoviários, também pede uma audiência com o prefeito Axel Grael. Ao mesmo tempo, lança um alerta sobre as negociações trabalhistas de novembro.

“Os rodoviários adiaram as negociações por uma recomposição salarial justa durante a pandemia, que fez a arrecadação das empresas despencar. Nesse período, mais de 3 mil trabalhadores foram demitidos. Em seguida, veio a inflação e a elevação de gastos do setor, principalmente com o óleo diesel. O que vemos para novembro são negociações salariais extremamente difíceis e os trabalhadores não querem mais pagar uma conta, que não foi criada por eles. O poder público precisa intervir, pois uma greve geral não está distante da realidade. Além da reposição das perdas, a categoria quer também um ganho real de salário. Os rodoviários precisam ser ouvidos sobre qualquer mudança no setor”, avalia o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.

O sindicato defende uma mudança profunda no atual modelo de financiamento do transporte público, baseado quase que exclusivamente nas passagens. Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Brasília já mudaram seus sistemas, efetivando subsídios para baratear os custos para a população, mas outras formas de financiamento podem ser estudadas.

“O objetivo é baixar os custos do transporte para a população, melhorar a qualidade do serviço e garantir os direitos trabalhistas dos rodoviários. Se essa equação não for resolvida, nenhum sistema funcionará plenamente”, afirma Rubens Oliveira.

Foto: Divulgação

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