Comissão da Alerj pede explicações sobre ‘motoristas da vez’

A Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa tem recebido relatos de motoristas que são parados durante as blitzes da Lei Seca, e que observaram a presença de um grupo que fica sentado ao lado das tendas.  Segundo o presidente da Comissão, deputado Dionísio Lins (PP), essas pessoas oferecem o serviço de “motoristas da vez” para os condutores que são abordados pelos agentes do Detran e que se recusam a assoprar o bafômetro. Por lei, quem desobedece tem a carteira apreendida e é convocado um conhecido habilitado para conduzir o veículo.

As denúncias apontam um valor para esse serviço de “motorista da vez” entre R$ 150 e R$ 300. Diante disso, o parlamentar está solicitando saber do presidente do Detran através de um requerimento de informações, se esse procedimento é normal, se essa atividade é de conhecimento do órgão e se o coordenador da operação tem autonomia para proibir essa atividade.

“As operações da Lei Seca colaboram e muito para a redução de acidentes. Mas infelizmente sempre existem os espertalhões que se aproveitam de situações como essa, quando um condutor não tem a quem recorrer para retirar seu veículo do local e evitar que ele seja levado para o depósito, onde terá despesas com multa e estadia, para faturar uma grana extra com a dificuldade do outro. Por isso é importante saber se é de conhecimento do Detran e até do responsável da operação, já que os relatos dão conta de que essas pessoas ficam ao lado das tendas e porque não são reprimidas”, questiona o parlamentar.

Foi o que aconteceu com o motorista “X” na madrugada do dia 10 de setembro, quando foi abordado pela equipe da Lei Seca na descida do viaduto de Cascadura, na Zona Norte. Ele relatou que um policial militar dirigiu-se até ele e pediu para que fizesse o teste do bafômetro, mas ele recusou. Em seguida, um desses rapazes foi em sua direção apontando para um agente e dizendo que ele seria o comandante da operação, e se ofereceu para dirigir até sua residência cobrando o valor do reboque (R$ 300), mas que de acordo com “X”, acabou fazendo o serviço por R$ 100. Porém, o que mais surpreendeu foi o fato desse condutor dirigir somente por cerca de 100 metros à frente de onde a blitz estava sendo realizada, saltando em seguida do veículo e dizendo que dali ele já poderia ir dirigindo para casa, retornando apressadamente para o local da operação.

A Comissão recebe reclamações e denúncias pelo e-mailcomissaodetransportes@alerj.rj.gov.br.

Foto: Divulgação

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