Operação Lei Seca faz 15 anos e lança estudo sobre motoristas

A operação Lei Seca completou 15 anos e lançou um estudo inédito sobre os motoristas parados pela fiscalização. A pesquisa traz o raio-X do condutor abordado nas blitzes e mostra uma mudança de perfil na faixa mais jovem dos condutores. Eles não são, como se imaginava, os maiores vilões do trânsito.

O número de infrações cresceu. Os dados mostram que 295 mil dos 4.124 milhões de condutores abordados dirigiam sob efeito do álcool (um total de 7,16%), ao longo dos últimos 15 anos. Em 2023, o percentual subiu, após medidas tomadas pela Secretaria de Estado de Governo. Enquanto em 2022, o número chegou a 9,92% dos 344 mil motoristas testados no bafômetro, ano passado o percentual foi de 11,32%, num total de 34.030 condutores multados por dirigirem bêbados.

O trabalho da Operação Lei Seca mostra ainda que 67,6% dos motoristas multados pela fiscalização foram abordados no município do Rio, enquanto 5,85% em Niterói, 3,08% em São Gonçalo, 2,13% em Nova Iguaçu e, em quinto, São João de Meriti, com 1,58%.

Os cinco bairros do Rio de Janeiro com os maiores índices de infrações foram: Centro (8,17%), Barra da Tijuca (7,87%), Recreio dos Bandeirantes (4,72%), Jacarepaguá (3,94%) e Copacabana (3,37%).

“O ano de 2023 tem um aumento de infrações também provocado pela intensificação da fiscalização e pela implantação de uma série de medidas para coibir que motoristas fujam da operação. As motopatrulhas e as ações volantes têm surpreendido e ajudado a evitar que vários condutores sigam dirigindo sob o efeito do álcool”, destaca o secretário de Estado de Governo, André Moura.

Raio-x da Lei Seca

O estudo da Lei Seca também traz um raio-x do perfil do motorista flagrado pelas equipes do programa. A maioria é homem, tem entre 30 e 39 anos, mora no município do Rio, costuma se deslocar pelo Centro e Barra da Tijuca – exatamente onde ocorreu o maior número de casos de infrações – e está licenciado para dirigir apenas automóveis (categoria B).

A pesquisa feita pela Lei Seca, com as ocorrências registradas entre fevereiro de 2014 a janeiro de 2024, mostra a mudança de comportamento de uma faixa etária: os jovens. Antes apontados como causadores de acidentes em potencial, os motoristas de 18 a 29 anos flagrados no teste do etilômetro, ficaram em terceiro lugar, com 22,7%. A liderança é do grupo com idade entre 30 e 39 anos, que alcançou 31,6%, seguidos pelos condutores na faixa de idade entre 40 e 49 anos, que somaram 24%.

“O jovem de hoje começou a ser habilitado já sob o efeito da tolerância zero com o álcool, graças à Lei Seca. Ele já sabe que se for beber vai se deslocar de transporte público ou pedir ajuda a amigos que não bebam”, reforça o secretário André Moura.

Reincidência

O levantamento da Lei Seca traz ainda um fato muito grave: a reincidência de motoristas pegos no bafômetro. Para se ter uma ideia da gravidade, 59 motoristas, ao longo dos últimos 10 anos, foram flagrados dirigindo sob o efeito do álcool ou se recusaram a fazer o teste do etilômetro mais de 10 vezes. Entre cinco e nove vezes, se encontram 586 condutores, enquanto outros 846 foram surpreendidos pela fiscalização em quatro operações.

Mas a Lei Seca também teve os reincidentes do bem. Foram condutores parados por mais de uma vez pelos agentes de fiscalização, sempre com testagem negativa no bafômetro. Ao menos 67 foram parados mais de cinco vezes, enquanto um motorista chegou a ser abordado 13 vezes.

Missa em ação de graças

Em comemoração ao aniversário da Lei Seca, uma missa foi celebrada, nesta terça-feira, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária. Mais de 200 pessoas acompanharam a bênção, em que o secretário André Moura e a primeira-dama Analine Castro destacaram as iniciativas da operação Lei Seca na redução de vítimas fatais no trânsito.

Foto: Divulgação

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