Tiroteios e depredações ameaçam a operação dos trens
As interrupções na operação por falta de segurança e o vandalismo foram as principais reclamações dos usuários de trens, em resposta à pesquisa realizada pelo Blog Estação Rio, no mês de abril. Na análise dos entrevistados, que atribuíram nota de 1 a 10 para a qualidade do serviço, o sistema ferroviário obteve nota 4,2.
Os usuários têm razão em se preocupar com a segurança no transporte. No primeiro trimestre de 2019, o número de ocorrências que interromperam a circulação dos trens subiu quase cinco vezes em relação ao mesmo período de 2018. De janeiro a março foram 21 interrupções por causa de tiroteios. No ano passado, foram quatro. A estação de Manguinhos (ramal Saracuruna) é a recordista, responsável por 14 paralisações nos três primeiros meses deste ano.
Do total de 12 comunidades cortadas pela linha férrea, as estações que mais frequentemente ficam sob a linha de tiro, além de Manguinhos, são Parada de Lucas, Vigário Geral, Del Castilho, Costa Barros, Senador Camará, Tancredo Neves e Padre Miguel e Gramacho.
Segundo os passageiros, os atos de vandalismo também prejudicam a qualidade do serviço e reduzem os investimentos. As depredações incluem furto de cabos, danos a equipamentos e arremesso de objetos na linha férrea e na rede aérea. Para fazer os reparos, a empresa estima gastar cerca de R$ 10 milhões por ano. Destes, R$ 6 milhões anualmente são gastos só com a substituição de cabos furtados. Segundo a SuperVia, nos seis primeiros meses de 2018 mais de 800 portas e para-brisas foram danificados. As estações e os trens também sofrem danos com pichações, janelas arrancadas e arremessadas na linha férrea e quebra de escadas rolantes, elevadores e banheiros.
O sistema ferroviário, que transporta cerca de 600 mil passageiros por dia, está se deteriorando. O serviço que poderia ser mais eficiente padece, como toda a população, de problemas de segurança pública, e as medidas para mudar essa situação não estão só nas mãos da concessionária, mas também do estado. O governador Witzel afirmou na sua campanha que daria prioridade ao transporte sobre trilhos, mas até agora não anunciou nenhuma medida para garantir a segurança dos passageiros. Enquanto isso, os usuários são os que sofrem com a falta de solução para o problema.
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