Consórcio BRT alerta que pode parar de circular em agosto

A crise nos transportes públicos provocada pela queda brusca da demanda atingiu também o BRT.  Depois da SuperVia, do MetrôRio e da Fetranspor anunciarem que só têm condições de garantir o serviço se tiverem aporte financeiro, o Consórcio BRT informou que também poderá deixar de operar a partir de agosto. Segundo o consórcio, as perdas de receita com a pandemia nos últimos quatro meses chegam a R$ 100 milhões.

O presidente-executivo do consórcio, Luiz Martins, disse que a situação do BRT Rio é calamitosa. Em 90 dias, a contar do início da quarentena, o sistema registrou uma queda de 75% do número de passageiros. Segundo ele, antes da pandemia eram transportados 300 mil passageiros por dia, sem contar as gratuidades e os calotes. “Se o sistema não obtiver um socorro financeiro emergencial dos governos, o BRT não terá alternativa a não ser paralisar sua operação, o que poderá ocorrer já em agosto”, alertou Martins em nota.

O consórcio BRT informou que transportou 75 mil passageiros por dia no mês de março e que esse número dobrou após a terceira fase da flexibilização das medidas de isolamento social.

De acordo com o consórcio, esse aumento da demanda, porém, não é suficiente para manter a operação do sistema, segundo o consórcio. De acordo com o presidente-executivo do grupo, as projeções indicam que o BRT Rio só voltaria a operar com 300 mil passageiros por dia em 2021.

O presidente diz que sem a retomada da totalidade dos passageiros, fica difícil arcar com custos, como o salário dos rodoviários e pagamento de fornecedores de combustível, e despesas que não param de crescer, como manutenção dos ônibus articulados e das estações vandalizadas.

O consórcio diz que adotou medidas alternativas, como redução de jornada e concessão de férias, para preservar os empregos. Mesmo assim, na última semana teve de demitir 670 funcionários para readequar a folha de pessoal à realidade financeira do consórcio.

Situação de outros modais

O presidente da Fetranspor, Armando Guerra Júnior disse que o número de viagens nos ônibus caiu 71% de março a junho, o que, significa um prejuízo de R$ 713 milhões, podendo chegar a mais de R$ 1 bilhão até o fim do ano. Nas últimas três semanas, contudo, houve recuperação de 19% nas viagens. Segundo Armando, se não houver auxílio por parte do governo federal, o sistema pode parar em setembro.

O MetrôRio estima que pelo menos 60 milhões de passageiros deixaram de embarcar nos trens desde 16 de março, devido às medidas de restrição impostas pelo coronavírus. O prejuízo mensal gira em torno de R$ 35 milhões. “No total, nosso déficit acumulado é de R$ 150 milhões. Nos últimos dias, mesmo com a flexibilização, a queda de passageiros continua elevada, em 73%. Essa é a situação mais difícil da história da empresa”, destacou Guilherme Ramalho, presidente do MetrôRio.

A Supervia informou que redução de passageiros na pandemia provocou um prejuízo que pode chegar a R$ 120 milhões. Ainda de acordo com a concessionária, os salários de funcionários e os pagamentos de fornecedores podem ser afetados já em agosto.

Segundo o presidente da Supervia, Antônio Carlos Sanches, em quatro meses a concessionária perdeu 30 milhões de passageiros, que equivalem a R$ 102 milhões de receitas. No período mais crítico da pandemia baixou de 600 mil passageiros para 180 mil. Com a flexibilização, atualmente, a Supervia transporta 280 mil pessoas.

“Se isso se mantiver, inviabiliza a operação. Existe um risco de colapso financeiro, no mês de agosto”, disse Sanches.

Foto: Divulgação

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