Comissão da Alerj apura denúncias no ramal Santa Cruz
Parlamentares da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) percorreram, nesta terça-feira (14/07), o trajeto do ramal Santa Cruz, para apurar denúncias de atrasos e de queixas pelo fim do ramal Deodoro. Além do aumento dos intervalos, os deputados constataram que a lotação dos vagões estava acima do permitido e o tempo de viagem estava mais longo por causa do fim do serviço expresso. “O passageiro precisa passar por 34 estações antes de chegar no ponto final. É um absurdo! Queremos o retorno do serviço expresso no ramal Santa Cruz”, destacou a deputada Lucinha (PSDB).
No dia 8 de junho, a SuperVia extinguiu os serviços do ramal Deodoro, o que fez com que o trem expresso de Santa Cruz passasse a ser parador. Com isso, o trajeto passou a levar mais de 1hora e 40 minutos.
O deputado Waldeck Carneiro (PT) alertou ainda para a lotação dos vagões, em especial neste período de pandemia do coronavírus. “O trem saiu de Santa Cruz com bastante gente e em Campo Grande lotou. Do ponto de vista da pandemia, nós estávamos muito próximos uns dos outros no trem. Ou seja, o risco de contágio é muito grande”, alertou o parlamentar, que também pleiteou o retorno do expresso, ao menos nos horários de pico.
Os parlamentares saíram da estação Santa Cruz às 6h da manhã. De acordo com o presidente da Comissão de Transportes, deputado Dionísio Lins (PP), já no primeiro trem foram verificados problemas. “A primeira composição saiu com um atraso de praticamente o dobro do tempo que se esperava. É fundamental que as empresas operadoras do sistema de transporte obedeçam às recomendações e façam a sua parte, com atenção redobrada neste período”, pontuou Dionísio. Ele acrescentou, porém, que as composições se encontravam em ótimo estado e com o ar condicionado funcionando. “Paramos em 34 estações, e deu para perceber que elas estavam com uma fiscalização aceitável. Só sentimos a ausência do álcool gel para os usuários”, ressaltou.
Justificativa da SuperVia
Na audiência pública do dia 2 de julho, na Alerj, em que foi discutida a ineficiência dos transportes públicos na pandemia, o presidente da Supervia, Antonio Carlos Sanches, afirmou que de março a junho a empresa teve uma queda nas receitas de 65%, o equivalente a R$ 105 milhões. Esta perda teria resultado, entre outros problemas, na junção dos ramais de trens de Deodoro e de Santa Cruz, no início de junho.
O presidente da Agência Reguladora de Transportes do Rio (Agetransp), Murilo Leal, afirmou que a equipe da agência reguladora monitora intervalos, tempo de viagem e quantidade de passageiros. “Será feita uma nova avaliação com a Câmara Técnica da agência, a Supervia e a Comissão de Transportes da Alerj”, frisou.
Participaram da vistoria o presidente da Comissão, deputado Dionísio Lins (PP), o deputado Waldeck Carneiro (PT) e a deputada Lucinha (PSDB), que levou o problema dos moradores do bairro ao conhecimento dos parlamentares. O conselheiro presidente Agetransp, Murilo Leal, também acompanhou a comitiva.
Foto: Alerj