BRT: Sindicato protesta contra Programa de Demissão Opcional
A direção do Sindicato dos Rodoviários criticou a decisão da interventora do BRT, Claudia Secin, de demitir 250 profissionais da categoria no âmbito do Plano de Demissão Opcional (PDO) aberto pela empresa. “Que fique claro que o sindicato é totalmente contrário às demissões. Para se ter uma ideia, já são cerca de 7.300 postos perdidos durante a pandemia e, mesmo com a intervenção, o BRT vai continuar demitindo”, protesta o presidente do Sindicato, Sebastião José. Outra posição do sindicato é que, caso haja recuperação financeira da empresa, que ela dê preferência à recontratação desses profissionais dispensados.
Sebastião explicou que os profissionais interessados em participar do PDO poderão se inscrever. Entretanto, isso não significa que a demissão será automaticamente aceita pelo BRT Rio. Será feita uma avaliação diante da necessidade operacional, fluxos financeiros e quantidade de vagas disponíveis.
“Para os interessados no programa, o pagamento de todos os direitos será parcelado através de um acordo firmado junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT)”, ressalta Sebastião José.
De acordo com o presidente do Sindicato, apesar da crise que toma conta de todo o país fazendo com que diversos setores realizem demissões, o transporte público de passageiros é sem dúvida um dos mais prejudicados. “Infelizmente o sindicato não tem poder para impedir essas demissões, por isso, diante de uma demissão coletiva como a do BRT, o sindicato tem que estar presente para saber o motivo das demissões, defender e cobrar que todos os direitos desses trabalhadores sejam respeitados e pagos”
Sebastião afirma também que o estado precário em que se encontra a frota de articulados que atendem aos usuários do BRT, que hoje se encontra completamente sucateada, coloca diariamente em risco não só os profissionais como também os usuários.
Comissão de transportes cobra aplicação da verba da Câmara do Rio
O presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa, deputado Dionísio Lins (Progressista), que é contrário à demissão em massa de funcionários do BRT, destaca que é fácil administrar o caos de uma empresa demitindo trabalhadores que não podem ser responsabilizados se no passado essa empresa foi mal administrada ou não.
“Como já disse anteriormente, a intervenção no BRT se faz necessária, mas é importante que haja transparência em todo o processo. Toda intervenção deve respeitar os princípios de uma administração séria, com transparência das ações e legalidade de todo o processo. Inclusive vale perguntar: para onde foi destinada a verba encaminhada pela Câmara de Vereadores para ajudar na recuperação do BRT?”, indagou.
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