Covid-19: SMS nega vacinação prioritária de rodoviários
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio decidiu negar a solicitação do Rio Ônibus, Sindicato das Empresas de ônibus, para retomada da imunização dos 19 mil motoristas e cobradores de ônibus na cidade, suspensa há um mês. Desde o início da pandemia, 59 profissionais perderam a vida na capital e outros 3.500 foram contaminados.
A pasta informou que o critério adotado pelo município continuará sendo o de escalonamento por idade. A recusa da inclusão dos rodoviários no grupo de vacinação prioritários acontece um dia depois de a Prefeitura de Maricá iniciar a imunização da categoria.
O Sindicato dos Rodoviários considerou irresponsável a decisão da Prefeitura de negar o pedido de retomada imediata da vacinação contra a Covid-19 dos trabalhadores do setor. Para o presidente do Sindicato, Sebastião José, a justificativa dada pela Secretária de Saúde de que seguirá as determinações do Ministério da Saúde, vai de encontro à realidade no que diz respeito ao aumento de casos de Covid 19 na cidade. “Está comprovado por especialistas em Saúde que o grande índice de contaminação se dá principalmente nos transportes públicos, pois não existe uma fiscalização adequada para evitar aglomerações nos pontos finais dos ônibus e plataformas do BRT, assim como não há como comprovar que as empresas de ônibus fazem a higienização dos veículos conforme determina a lei”, explica Sebastião José.
Sebastião disse ainda não entender porque somente o Rio de Janeiro tem que cumprir as determinações do Ministério da Saúde e outros estados e municípios, não. “Para nós, essa posição não tem nenhuma base em dados técnicos e sim pessoais. Não há dúvida da importância dos rodoviários na manutenção da vida da cidade, pois somos responsáveis no transporte de grupos considerados de suma importância como saúde, educação e segurança pública; sem transportes a cidade para”, afirma o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Sebastião José.
O presidente do Sindicato acrescenta que não tem como explicar aos trabalhadores que aqui no Rio o prefeito Eduardo Paes quer seguir à risca a determinação do Ministério da Saúde. “Fica complicado já que os profissionais da categoria em outros estados, como São Paulo e Brasília continuam sendo vacinados por serem considerados imprescindíveis nesse momento”, lamenta.
Sebastião lembra que a paralisação da vacinação contra a Covid 19 traz grande preocupação para a categoria. Ele também cobra uma posição do presidente da Comissão de Transportes da Câmara Municipal, Alexandre Isquierdo, pois, na recente audiência pública realizada sobre o transporte público de passageiros, ele garantiu que a vacinação da categoria seria a principal reivindicação da comissão, mas até agora nada foi feito.
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